Introdução: A violência sexual contra adolescentes é um problema de saúde pública em todo o mundo. Um ranking com 40 países com foco no aparato legal de proteção aos adolescentes, apontou o Reino Unido como primeiro colocado, e o Paquistão com a última colocação, enquanto o Brasil figurou em 11º lugar. Entre 2011 e 2017 o Brasil teve um aumento de 83% nas notificações, o que representa aproximadamente 11 mil casos de violência sexual contra adolescentes ao ano. Identificar a tendência deste agravo torna-se importante, uma vez que possibilita a análise antecipada e o direcionamento das ações visando a redução e controle dos casos de violência sexual contra adolescentes. Objetivo: Analisar a tendência dos casos de violência sexual contra adolescentes no Estado do Paraná. Metodologia: Estudo ecológico, de séries temporais das taxas de notificação de violência sexual contra adolescentes (10 a 19 anos), por Macrorregionais de Saúde do Paraná, no período de 2009 a 2017. Os dados foram obtidos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis online no site do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As análises de tendência foram realizadas segundo a modelagem de regressão polinomial. Resultados: Foram notificados 7.134 casos de violência sexual contra adolescentes no Paraná, durante o período em estudo. A taxa estadual passou de 12,4 notificações por 100 mil adolescentes em 2009 para 93,1/100mil adolescentes em 2017, com um aumento anual médio de 8,92 nas taxas (r2=0,99; p<0,001). A análise de tendência também mostrou taxas crescentes em todas as Macrorregionais de Saúde. A Macrorregião Leste apresentou a maior taxa média (57,3/100 mil adolescentes) e a região Oeste o maior aumento anual médio do período (12,8). A menor taxa média foi encontrada na Macrorregião Noroeste (24,17), que também apresentou o menor aumento anual médio (6,01). Conclusão: O aumento das notificações de violência sexual contra adolescentes no período estudado aponta para a melhora na conscientização sobre a importância da notificação dos casos de violência, do aprimoramento do preenchimento do SINAN, bem como a necessidade de investimentos na prevenção e controle deste agravo cada vez mais incidente, por meio de políticas públicas efetivas.