O processo de universalização do ensino superior no Brasil vem evoluindo significativamente nos últimos anos. Mas, com a propagação de novas tecnologias e expansão de meios de informação e comunicação novas formas de ensino passaram a ocorrer, especialmente sob a forma de modalidade de Ensino à Distância (EAD). Contudo, essa possibilidade de formação antes restrita a certos tipos de graduação passou ser implementada na área da saúde, sendo a graduação em enfermagem uma das primeiras a serem oferecidas. Isso vem gerando debates em virtude das especificidades do curso e características do perfil de seus profissionais que se espera que a modalidade EaD não contemple. Este estudo realizou levantamento dos cursos de graduação em enfermagem EAD, identificando o número de instituições que ofertam os cursos, unidade federativa sede das instituições de ensino e disponibilidades de vagas. Trata-se de estudo transversal com base em dados do e- MEC. Os resultados evidenciaram que a primeira IES de graduação em enfermagem EaD teve início de funcionamento em 2005, alcançando o total de 11 de instituições abertos até o ano de 2016. Apenas 09 dessas IES de graduação em enfermagem encontram-se ativos na atualidade e todos administrados por instituições privadas de ensino superior. Mesmo com quantitativo pequeno de cursos EaD, o número de vagas distribuídas em todo Brasil é relativamente alto, totalizando 82.000 vagas. Segundo os dados do e-MEC, 61,3% das vagas oferecidas concentra-se no estado de São Paulo, não ocorrendo de forma homogênea sua distribuição em todo país. Este estudo constitui-se em uma fonte de informação importante, proporcionando reflexão sobre o processo de expansão dos cursos de graduação em enfermagem na modalidade EAD no Brasil, observando que ao mesmo tempo em que é de suma importância a ampliação do número de profissionais de enfermagem, não se deve descuidar dos parâmetros de qualidade dos cursos em que esses enfermeiros são formados. Sendo necessário, também, que essa ampliação considere as condições de saúde da população em cada região e suas necessidades, bem como as necessidades do sistema de serviços de saúde a fim de que possa, efetivamente, contribuir para a consolidação do SUS.