INTRODUÇÃO: A Tuberculose (TB) é a primeira causa de morte no mundo dentre as doenças causada por um único agente infeccoso, dado agravado entre os casos coinfectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Apesar da evolução tecnológica, que facilitou o diagnóstico e otimizou o processo de cuidar, o conhecimento do perfil sociodemográfico dessa população ainda é uma das mais importantes ferramentas para identificar e atender a demanda dos indivíduos coinfectados, reduzindo a morbimortalidade por essas doenças. OBJETIVO: Identificar o perfil sociodemográfico e clínico dos casos coinfectados TB/HIV no município de Porto Velho – RO. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa desenvolvido na capital do estado de Rondônia. A população do estudo foi constituída por todos os registros dos casos coinfectados TB/HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2010 a 2017 no referido município, por meio do levantamento das variáveis sociodemográficas e clínicas dos casos. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva no software Statistic 13.0, da Statsoft, após atender os aspectos éticos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante o período selecionado, foram notificados 3.738 casos de TB, sendo que 478 (12,8%) eram coinfectados TB/HIV, e 983 (26,3%) não realizaram testagem ou estavam com o resultado em andamento. Dentre os casos coinfectados, a maioria era do sexo masculino (71,8%), pardos (79%), com ensino fundamental incompleto (48%) e residiam em Porto Velho (80,5%), prioritariamente na zona urbana (85,68%). Quanto aos aspectos clínicos, apresentavam a forma pulmonar (60%), eram caso novo (69,3%), ainda que 16,8% tenham sido reingresso após abandono. Foram encerrados com baixo percentual de cura (37,3%) e elevado para abandono do tratamento (25,7%) e transferência de instituição de saúde (25,1%). CONCLUSÃO: Através dos achados, é possível identificar um perfil majoritariamente acometido pela coinfecção TB/HIV. No entanto, é possível que haja subnotificação dos casos, já que muitos sequer realizaram a testagem para o HIV ou apresentavam o registro do resultado em andamento. Diante disso, evidencia-se a necessidade de maior participação do enfermeiro quanto à identificação dos casos coinfectados TB/HIV e formação de vínculo com esses usuários, a fim de promover desfechos favoráveis e atender os indivíduos de forma integral e humanizada, de acordo com suas necessidades.