INTRODUÇÃO: O processo de adoecimento desperta momentos de ansiedade, estresse, mudanças na rotina diária, além de possíveis sofrimentos psíquicos, como a depressão. E quando esse processo está relacionado ao câncer, esse despertar tende a ser ainda mais intenso, por se tratar de uma patologia comumente considerada devastadora, não apenas na intervenção terapêutica, como no seu diagnóstico. Diante disso, se faz importante o uso apropriado de habilidades de comunicação, para que a realidade mencionada não venha impedir o bem-estar mínimo do paciente e da sua família. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem através da escuta humanizada a pacientes oncológicos em um hospital de referência em Pernambuco. METODOLOGIA: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Desenvolvido em um centro oncológico de Recife-PE, durante as atividades de extensão do projeto “Memória Viva” da Universidade de Pernambuco, no período de março de 2018 a abril de 2019. RESULTADOS: A expressiva vivência no setor oncológico permitiu que as desafiadoras fases emocionais e físicas do diagnóstico e tratamento do câncer fossem conhecidas e como a condição emocional do paciente interfere na sua saúde física e vice versa. Observou-se também como o processo de internamento para a terapia (principalmente paliativa) intensifica os sentimentos de aversão e ansiedade. Ao visitarem os pacientes em seus leitos, conheceram a realidade desse grupo e praticaram a escuta humanizada, técnica em saúde baseada na valorização do aspecto humano e das relações intersubjetivas e afetivas, realizada a partir de uma livre demanda de assuntos do paciente. Nas visitas, os pacientes expuseram o anseio por liberdade, medo da morte e desejo de cura, bem como a aspiração por qualidade de vida. Diante disso, a escuta foi notoriamente importante para o paciente, que pôde ser escutado sem os olhares de caridade ou de preconceito, onde muitos deles relataram que se sentiram mais aliviados e confiantes após expressarem seus temores. CONCLUSÃO: A experiência proporcionou às estudantes, conhecimentos oportunos no cuidado humanizado, adquiridos a partir do uso da tecnologia leve, como a escuta afetiva. Além da visível contribuição positiva no estado emocional dos pacientes visitados. Conclui-se a escuta como uma relevante forma de prestar o cuidado em saúde ao indivíduo e a sua família, que estão expostos a um intenso sofrimento externo decorrente do adoecimento.