Introdução: A enfermagem assume papel protagonista na prevenção de Lesão por Pressão (LPP) e o registro adequado fornece subsídios para a continuidade do cuidado, análise da qualidade assistencial e comunicação multidisciplinar. Objetivo: Verificar a qualidade da anotação de enfermagem sobre a prevenção de LPP. Metodologia: Estudo documental, de análise de prontuário, realizado em um hospital público de ensino. Foram selecionados, por meio de amostragem aleatória simples, prontuários disponíveis de pacientes maiores de 18 anos e com risco de desenvolver LPP segundo Escala de Braden. A coleta de dados foi realizada entre junho a julho de 2019 por meio de um instrumento semiestruturado, elaborado pelas pesquisadoras e apreciado por três especialistas em auditoria. O instrumento contemplou variáveis relacionadas à aparência, redação e estrutura técnica da anotação de enfermagem e as ações: mudança de decúbito (MD), cuidados com a pele e educação em saúde. Cada item recebeu uma nota de 1 a 5, com cálculo posterior da média. A média de nota entre 1 e 2,5 correspondeu a insatisfatório; > 2,5 a 4, regular; > 4 considerou-se bom. Os dados foram analisados no software SPSS versão 18.0. As variáveis qualitativas foram analisadas por meio de distribuição de frequência absoluta e percentual. Para as variáveis quantitativas utilizou-se medida descritiva de centralidade (média). Este estudo foi apreciado e aprovado por um comitê de ética em pesquisa com dispensa de TCLE. Resultados: Foram analisados 81 prontuários. A aparência da anotação, redação e estrutura técnica da anotação de enfermagem obtiveram média de 4,2. A MD em 19 prontuários não se aplicou devido a classificação de risco dos pacientes. Dos 62 prontuários que deveria ser relatado a MD, em 14 (22,5%) estava presente. A média da quantidade de MD realizada por prontuário foi de 2,5. Não constou relato da posição do decúbito em 24 (38,7%) prontuários. A hidratação da pele foi relatada em 36 (44,5%) dos prontuários, média de 0,5 relato por prontuário. O controle de umidade esteve presente em 59 (72,8%), enquanto que o uso de superfícies de proteção foi relatado em 29 (35,8%). Foram relatadas orientações ao paciente e/ou familiar/cuidador em 2 (2,4%) prontuários. Conclusão: Constatou-se que a documentação precisa das ações preventivas de LPP ainda não são satisfatórias.