Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
PADRÃO ESPACIAL E TEMPORAL DOS ÓBITOS POR AIDS NO NORDESTE DO BRASIL NO PERÍODO DE 2006 A 2016
Relatoria:
THATIANA ARAúJO MARANHãO
Autores:
- Taynara Laís Silva
- Leonardo Miranda Ribeiro
- Maria Lúcia Duarte Pereira
- Wilson Jorge Correia Pinto de Abreu
Modalidade:
Pôster
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Em 2013 o Brasil passou a oferecer terapia antirretroviral (TARV) para indivíduos soropositivos independentemente da carga viral. Como resultado, verificou-se redução de 7,2% na mortalidade por aids, todavia, essa queda não foi observada em todas as regiões brasileiras, pois o Norte e o Nordeste continuaram a apresentar tendência de crescimento dos óbitos. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e o padrão espaço-temporal dos óbitos por aids ocorridos na região Nordeste do Brasil. Metodologia: Estudo ecológico em que foram considerados todos os óbitos por aids ocorridos entre residentes no Nordeste notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no período de 2006 a 2016. Os dados foram obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do SUS, o qual é de domínio público. Para a análise descritiva utilizou-se estatística univariada e para a análise de autocorrelação espacial empregou-se os índices de Moran Global e Local com nível de significância de 5%. Os softwares TerraView 4.2.2 e QGIS 2.14.17 foram usados para o cálculo da estatística espacial e elaboração dos mapas, respectivamente. Resultados: Foram registrados 7.480 óbitos por aids no Nordeste brasileiro no período analisado. A maioria dos indivíduos era do sexo masculino (16.368; 67,36%), raça parda (15.035; 61,87%), faixa etária de 20 a 39 anos (12.053; 49,60%) e tinha escolaridade de 4 a 7 anos de estudo (4.875; 20,06%). A taxa de mortalidade média bruta no período foi de 6,19 óbitos por 100.000 habitantes com tendência linear de crescimento das mortes ao longo dos onze anos investigados (R2=0,9037). Verificou-se autocorrelação espacial global (I=0,3734) com p<0,001. O Índice de Moran Local apontou municípios com padrão espacial alto-alto de mortalidade estatisticamente significativos (p<0,05) na maioria dos municípios do estado do Ceará, incluindo a capital Fortaleza, bem como no litoral dos estados de Pernambuco e Paraíba (incluindo as capitais João Pessoa e Recife). Foram identificados também clusters de altas taxas em alguns municípios do sul da Bahia, com destaque para Porto Seguro, em duas cidades piauienses (Francisco Santos e Jaicós) e no município de Maracagumé, no Maranhão. Conclusão: Estratégias de intervenção que possibilitem o acesso e adesão à TARV devem ser instituídas nos locais com altas taxas de mortalidade por aids como forma eficaz de barrar o ciclo de infecção e morte nesses territórios.