Introdução: A cirurgia é essencial para o manejo de diversas condições que afetam a saúde, tais como lesões, malignidades, infecções, doenças cardiovasculares, complicações obstétricas, dentre outras. Porém os cuidados cirúrgicos não estão devidamente garantidos à população, evidenciando-se iniquidades quanto ao acesso a estes serviços. Objetivo: Descrever a taxa de internação cirúrgica pelo Sistema Único de Saúde, segundo as cinco grandes regiões brasileiras. Metodologia: Estudo descritivo de abordagem quantitativa dos procedimentos cirúrgicos realizados dentro da esfera de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo as cinco grandes regiões do Brasil, no período de 2008 a 2016. Os dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi calculado o coeficiente de internação para cada região brasileira no período analisado por meio da razão do número de procedimentos cirúrgicos e população residente, multiplicado pela constante 100. As análises estatísticas foram realizadas pelo programa estatístico denominado R e Microsoft Excel 2013. Por se tratar de um estudo com utilização de dados obtidos de fontes secundárias, sem identificação de sujeitos da pesquisa e cujo acesso é de domínio público, houve dispensa da apreciação pelo comitê de ética e pesquisa. Resultados: No período analisado foram realizados 37.565.785 procedimentos cirúrgicos pelo SUS, o que correspondeu a média anual de 4.173.976 cirurgias. Em valores absolutos, constatou-se incremento de 9,16%, com variação entre 3.801.093 cirurgias em 2008 e 4.184.539 em 2016. A média do coeficiente de procedimentos cirúrgicos foi de 2,12 cirurgias por 100 habitantes/ano. Geograficamente, diferenças regionais foram constatadas, a saber: 1,92 cirurgias por 100 habitantes/ano na região Norte, 2,04 cirurgias por 100 habitantes/ano na região Nordeste, 2,06 cirurgias por 100 habitantes/ano na região Sudeste, 2,12 cirurgias por 100 habitantes/ano na região Centro-Oeste e 2,56 cirurgias por 100 habitantes/ ano na região Sul. Conclusão: o volume cirúrgico no Brasil é substancialmente inferior ao recomendado pela meta internacional, observando disparidades regionais quanto à taxa de realização de procedimentos cirúrgicos.