Introdução: A assistência cirúrgica acessível e segura é essencial para a redução da morbimortalidade e incapacidades decorrentes de condições cirúrgicas. Além disso, melhora o bem-estar da população, a produtividade econômica, a capacidade e a liberdade dos indivíduos, contribuindo para o desenvolvimento em longo prazo dos países e fortalecimento dos sistemas de saúde. Objetivo: Analisar a tendência da taxa de mortalidade cirúrgica pelo Sistema Único de Saúde, segundo as cinco grandes regiões brasileiras. Metodologia: Estudo ecológico, de séries temporais da taxa de mortalidade cirúrgica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo as cinco grandes regiões do Brasil, no período de 2008 a 2016. Os dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise de tendência foi realizada por meio de modelos de regressão polinomial. Considerou-se tendência significativa aquela cujo modelo estimado obteve valor de p<0,05. As análises estatísticas foram realizadas pelo programa estatístico denominado R e Microsoft Excel 2013. Por se tratar de um estudo com utilização de dados obtidos de fontes secundárias, sem identificação de sujeitos da pesquisa e cujo acesso é de domínio público, houve dispensa da apreciação pelo comitê de ética e pesquisa. Resultados: No período analisado foram realizados 37.565.785 procedimentos cirúrgicos pelo SUS e a taxa de mortalidade por estes procedimentos foi de 1,63% com diferenças regionais, sendo a menor taxa na região Norte (1,07%), seguida pelo Nordeste (1,29%), Centro-oeste, (1,50%), Sudeste (1,81%) e a maior taxa no Sul (2,02%). Em relação à tendência de mortalidade cirúrgica segundo as regiões do Brasil, contatou-se tendência crescente significativa em todas as regiões brasileiras. O Brasil de forma geral e as regiões Norte e Nordeste apresentaram elevados coeficientes de determinação, respectivamente R2=0,919, 0,871 e 0,879, estabelecendo correlação positiva e quase perfeita entre os coeficientes de mortalidade cirúrgica e ano. Conclusão: a tendência da taxa de mortalidade cirúrgica no Brasil, no período analisado, foi crescente e significativa, porém com disparidades regionais.