Introdução: A superlotação nos Serviços de Emergência Hospitalar (SEH) é um fenômeno mundial, caracteriza-se por: todos os leitos ocupados; pacientes acamados nos corredores; tempo de espera para atendimento acima de uma hora; alta tensão na equipe assistencial; grande pressão para novos atendimentos. Indica, em última instância, baixo desempenho do sistema de saúde, como um todo e do hospital em particular, e induz à baixa qualidade assistencial. A saturação operacional de uma emergência proporciona grande impacto na assistência de enfermagem como: trabalho no limite da exaustão, situações de estresse, falta de segurança à equipe, déficit de recursos humanos, elevada demanda de pacientes que poderiam ser atendidos na rede básica de saúde, falta de materiais e pouco tempo para executar tarefas assistências. Objetivo: Relatar a superlotação de um Hospital de Emergência porta aberta e os reflexos prejudiciais na qualidade da assistência de enfermagem. Metodologia: Estudo descritivo, do tipo de relato de experiência que descreve a vivência de duas residentes de enfermagem. O presente trabalho foi desenvolvido com a equipe de enfermagem do Hospital de Emergência do Município do Rio de Janeiro. No período de formação nos moldes de residência de enfermagem (2018-2019), no setor de emergência. Resultados: Observou-se durante o programa de residência, a emergência do hospital atende em condições de superlotação e a equipe de enfermagem do setor trabalha com número insuficiente de profissionais. Diante desta situação caótica a emergência se torna um ambiente hostil para os funcionários e pacientes. No período da residência vivenciamos realização de procedimentos de enfermagem em locais inadequados, que ferem as normas preconizadas de segurança do paciente de acordo com ANVISA, expondo o cliente a risco de infecção hospitalar. Desta forma a assistência de enfermagem é prejudicada. Como consequência deste cenário, observa-se um aumento da mortalidade dos pacientes comparado aos outros setores do hospital. Conclusão: A superlotação hospitalar é uma questão de responsabilidade governamental. Para que ocorra qualidade no atendimento em saúde é fundamental que os serviços disponham de recursos físicos, humanos e materiais adequados e valorize o vínculo afetivo como elo na relação usuário-trabalhador, contribuindo para melhorias na assistência de enfermagem prestada.