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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
VACINAÇÃO CONTRA HPV EM ADOLESCENTES RESIDENTES NO BRASIL
Relatoria:
Aline C Samuel Dias
Autores:
  • Regina Célia Gollner Zeitoune
  • Juliana Ermida Pedreira Luiz
  • Lorena Novelino Andrade de Castro
  • Stéfanie Rodrigues Pontes
  • Ana Cláudia Wekmuller França
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Estima-se que 70% dos casos de câncer do colo do útero sejam causados pelo Papilomavírus Humano (HPV), e ao longo do tempo, a magnitude da doença vem atingindo mulheres cada vez mais jovens. Em 2014, o Brasil incluiu a vacina anti-HPV no calendário básico de imunização, ofertando doses, inicialmente para adolescentes a partir de 11 anos de idade. Ao investigar a situação de saúde dos adolescentes no Brasil, a terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2015), incluiu, pela primeira vez, perguntas sobre a imunização anti-HPV. Objetivo: analisar fatores associados à vacinação contra o HPV referidos por adolescentes escolares no Brasil, no ano de 2015. Métodos: os dados são oriundos da PeNSE 2015, inquérito amostral de alunos de escolas públicas e privadas de todo o país, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015. Foram selecionadas adolescentes (sexo feminino) que responderam à pergunta “Você foi vacinada contra o vírus HPV?” (N = 52.427). As frequências foram associadas às seguintes variáveis: região geográfica, idade, raça/cor, natureza da escola, se mora com a mãe e/ou com o pai, nível de escolaridade da mãe, buscou atendimento em saúde no último ano e se conhecia a campanha de vacinação contra o HPV. As estimativas (razão de chances) foram calculadas considerando pressupostos da amostragem complexa (múltiplos estágios) empregados na pesquisa, analisadas no SPSS 20.0. Resultados: em todo país, 74,2% (IC95% 73,4–75,0) das adolescentes foram imunizadas contra o HPV. Apresentaram probabilidades significativas de terem sido vacinadas as adolescentes com idade inferior a 14 anos, que moravam com os pais, cujas mães tinham ensino superior completo, buscaram atendimento para a própria saúde no ano anterior à pesquisa e que já conheciam a campanha de vacinação (p < 0,05). A chance de ter sido imunizada contra o HPV foi aproximadamente 30% mais elevada para as adolescentes cujas mães tinham ensino superior completo (OR = 1,31; IC95% 1,13–1,52). Considerações finais: De modo geral, os resultados demonstraram que a prevenção de doenças através de vacinação está associada a condições socioeconômicas mais favoráveis. Devido ao risco de transmissão precoce e à gravidade da doença, o aumento da cobertura vacinal deve ocorrer associada à melhora das condições de vida da população, o que inclui o acesso aos serviços de saúde e às oportunidades educacionais.