Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
IMIGRAÇÃO: alterações físicas dos trabalhadores informais venezuelanos
Relatoria:
TARCIA MILLENE DE ALMEIDA COSTA BARRETO
Autores:
- Lediane Nátilli Bento da Silva
- Fabricio Barreto
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Roraima passa por uma crise migratória ímpar em sua narrativa como estado fronteiriço, vivendo desde 2014 com a migração em massa de venezuelanos que
avançam ao Brasil em fuga da crise econômica, laboral e em saúde de seu país. O que tem propiciado a oferta de trabalhos informais a estes migrantes. A saúde do trabalhador envolve saberes que objetivam compreender a relação do trabalho com o processo saúde-doença. A partir daí surge o objetivo principal desta pesquisa que foi identificar as mudanças físicas globais dos trabalhadores informais venezuelanos. Utilizando-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa de
caráter descritivo, analítico prospectivo. Durante a coleta de dados foram entrevistados 76 migrantes residentes em Boa Vista (sendo 55 homens e 21 mulheres) que exercem atividade laboral informal com os aspectos de inclusão desta pesquisa. Quanto ao estado de origem, Maturín e Anzoategui detém o maior quantitativo de indivíduos migrantes. Na morfologia do trabalho informal desempenhado pelo migrante venezuelano em Boa Vista, observamos o predomínio das funções laborais no ramo comercial com o cargo de vendedor ambulante, correspondente a 41% (n = 31) dos participantes. Quanto aos dias de trabalho por semana, 58%
trabalham os 7 dias e destes, 34% trabalha em turno integral. Quanto as alterações físicas apontadas pelos entrevistados observaram-se que, na integridade dos olhos, 45% dos participantes responderam não perceber alterações. 33% relataram apresentar eritema ocular. Quanto as percepções da integridade da pele, observamos que 33% dos participantes alegaram ter sofrido queimadura solar, 17% responderam conter pequenas lesões na pele, prurido, descoloração e edema. Quanto as percepções da integridade dos membros superiores, 20% relataram sentir dores nos ombros, 4% dores na articulação do cotovelo, 7% sentem dores apenas na articulação da mão e 17% alegaram sentir dores em mais de uma região na extensão do membro superior. Quanto a integridade dos membros inferiores, 43% mencionaram sentir
dores em mais de uma região. Os resultados obtidos causam preocupação, pois observamos a presença de importantes determinantes e condicionantes da saúde do trabalhador. Sugerimos mais estudos que abordem a saúde integral do migrante, especialmente com a categoria de trabalhadores informais.