O planejamento reprodutivo é uma forma de assegurar que os cidadãos tenham acesso à informação, aos serviços de saúde e aos métodos contraceptivos eficazes e seguros. Como direito básico de cidadania, a saúde sexual e reprodutiva deve ser vivenciada plenamente e com os devidos cuidados, tanto pela mulher quanto pelo homem. Identificar os impasses na efetivação do planejamento reprodutivo de usuárias de substâncias psicoativas. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, realizado em três Estratégias Saúde da Família em um município do interior de Mato Grosso, no período de fevereiro a julho de 2018. Realizou-se entrevistas semiestruturadas gravadas, com roteiro elaborado pelos próprios pesquisadores. Após as entrevistas, os dados foram transcritos e analisados pela análise de conteúdo. O estudo respeitou todos os aspectos éticos em pesquisa com seres humanos. Participaram do estudo 15 mulheres, com idade entre 18 e 43 anos, em sua maioria em união estável, autodeclaradas pardas, protestantes evangélicas, com ensino fundamental incompleto e desempregadas. Relatam consumo de algumas substâncias psicoativas, predominantemente maconha e crack. Observou-se que essas mulheres aceitam ou optam facilmente pela contracepção cirúrgica, em detrimento de outros métodos, mas um dos impasses é a morosidade do processo de realização do procedimento, tendo que recorrer a recursos próprios ou desistir dessa possibilidade. A baixa escolaridade influencia a compreensão sobre as necessidades de planejamento familiar, refletindo na pouca adesão ou exigência de cuidados. A situação de dependência química, afasta essas mulheres dos serviços de saúde e a equipe das unidades pouco buscam essa clientela, ampliando os prejuízos tanto em caráter individual como coletivo/familiar. Os impasses na efetivação do planejamento reprodutivo dessas mulheres, limitam o alcance à práticas seguras e estilos de vida que prezem o bem estar e comportamentos conscientes.