Introdução: o uso de agrotóxicos tem se difundido na agricultura brasileira, e com isso, os impactos gerados pelo uso intensivo são diversos e ultrapassam o ambiente rural. No entanto, os danos causados nem sempre são percebidos ou sua ocorrência é pouco valorizada, o que agrava a situação (ALMEIDA et al., 2017), e revela a importância dos profissionais das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) frente as ações de prevenção de agravos e promoção à saúde. Objetivo: identificar o perfil das produções científicas que abordam as intoxicações por agrotóxicos no âmbito da APS. Método: estudo bibliométrico, realizado em dezembro/2018, com intervalo temporal de 2002-2018, na base de dados da CAPES, utilizando os descritores: Enfermagem; Atenção Primária à Saúde; Agroquímicos; e sinônimos: Agrotóxicos; Pesticidas, Intoxicações e Intoxicações por agrotóxicos. Os critérios para a seleção foram: trabalhos publicados no formato de artigos científicos (artigos originais, revisões sistematizadas, relatos de experiências), teses e dissertações, nos idiomas português, inglês ou espanhol; disponíveis na íntegra. O cruzamento dos descritores com o operador booleano and, em uma primeira busca, resultou em 250 estudos, desses foram selecionados 20 artigos para análise. Resultados: na análise do perfil dos estudos, quanto ao tipo de estudo, se destacam os estudos descritivos (11), considerando que destes, três são também retrospectivos, dois observacionais, um estudo de caso e um transversal. Os demais (nove) são: cinco revisões de literatura, duas pesquisas ação, um etnográfico e uma história da vida tópica. 55% dos estudos apresentam abordagem quantitativa. Os artigos foram publicados em 14 revistas científicas. Quanto ao ano, quatro estudos foram publicados nos anos de 2016 e 2011; dois em 2018, 2017, 2015 e 2014; e um em 2013, 2012, 2009 e 2008. O Estado do Rio Grande do Sul se destaca com maior número de publicações, oito; seguido de Ceará com três; e Paraná e Santa Catarina com dois estudos cada. Conclusão: a pesquisa aponta ascensão de publicações que envolvem a temática, com prevalência de estudos descritivos e desenvolvidos na região sul do país. Percebeu-se fragilidade na relação do tema com a atuação da equipe da APS frente a esses casos, principalmente sobre o preparo dos profissionais. Logo, considera-se que estudos que abordam a temática são relevantes para explanar o assunto, produzir e transmitir informações, e unificar a pesquisa com a prática profissional.