A dificuldade no acesso aos serviços é queixa frequente dos usuários da saúde. O Sistema Único de Saúde-SUS tem a universalidade e a integralidade das ações como princípios, e a Estratégia Saúde da Família (ESF) sua porta de entrada preferencial. Em Fortaleza, essa realidade não é diferente. A grande demanda de pacientes, ausência de médicos nas equipes da ESF e a violência crescente contra profissionais de saúde são causas apontadas pelos profissionais da enfermagem como fatores de adoecimento de suas atividades. O estudo tem por objetivo analisar como o acolhimento com classificação de risco influencia no adoecimento de profissionais de enfermagem numa UBS de Fortaleza-CE. Estudo descritivo, tipo relato de caso, realizado na UAPS César Cals de Oliveira Filho-SER III, Fortaleza-CE, no período de fevereiro a março de 2018. A UAPS possui 7 Equipes da ESF cadastradas para 24.792 usuários. Possui 7 Enfermeiros, apenas 5 médicos, sendo 3 médicas do Programa Mais Médicos do Brasil-PMMB, e um servidor afastado por licença Saúde. Tendo em vista a localização da unidade ser em área de risco com conflito de facções criminosas, alta demanda de pacientes com grau de agressividade considerado, falta de médicos para todas as equipes e excesso de demanda para o Enfermeiro sendo este o responsável pelo acolhimento de toda demanda e assumindo o papel de consultor e autorizador de consulta médica. Tal prática dificulta a atuação profissional pois estes deixam de realizar acompanhamento em suas áreas e atividades importantes da ESF, como prevenção e promoção de saúde, para realizarem atendimentos, na maioria em livre demanda. Isso tem impacto direto na quebra do vínculo com a comunidade, na qualidade do atendimento prestado e no adoecimento do Enfermeiro por exposição diária a violência. Percebe-se que a alta demanda do acolhimento, cada vez mais violenta, é um dos fatores importantes que vêm afetando o processo de adoecimento dos Enfermeiros na Atenção Básica.