Introdução: a hipertensão arterial (HA) é a principal causa de morte materna na América Latina e a medida correta da pressão arterial (PA) é essencial para a detecção precoce da HA na gestação. Os aparelhos de mercúrio estão sendo retirados do mercado e a utilização dos aparelhos automáticos vem ganhando mais espaço na prática clínica. Faz-se necessário novos estudos com intuito de avaliar o uso deste tipo de instrumento na gestação. Objetivo: Comparar valores de PA obtidos pelos métodos auscultatório e oscilométrico em gestantes; Avaliar o comportamento do aparelho oscilométrico durante as medidas de PA. Método: trata-se de um estudo transversal. A amostra foi composta por 108 gestantes de baixo risco com idade ≥ 18 anos, atendidas em Unidades Básicas de Saúde no interior do estado de São Paulo. O manguito de largura correta (MLC) foi determinado pela fórmula MLC=circunferência braquial x0,4 e o manguito de largura padrão (MLP) era de 13 cm. As medidas da PA foram realizadas alternando um aparelho aneroide calibrado (padrão-ouro) e um dispositivo oscilométrico validado para gestantes (Microlife 3BTO-A). Foi feita análise estatística descritiva e inferencial, utilizando o Statistical Package for the Social Sciences® versão 20.0. Resultados: o aparelho oscilométrico apresentou um bom desempenho, pois realizou uma tentativa de insuflação em 90,5% das medidas, realizou duas tentativas de insuflação na mesma medida em 9,5% das medidas e apenas 1,25% das medidas precisaram ser repetidas, devido a mensagens de erro (tabela 1). Ao comparar os métodos oscilométrico e auscultatório encontramos uma diferença média da pressão arterial sistólica (PAS) próxima de 2 mmHg, portanto sem relevância clínica. Porém, a diferença média da pressão arterial diastólica (PAD) foi de até 7,12 mmHg, podendo ser considerada de relevância clínica (tabela 2). Conclusão: O aparelho oscilométrico apresentou um bom comportamento durante as medidas de PA e valores similares ao método auscultatório na PAS, porém superestimou a PAD. Recomendamos que novos estudos sejam feitos com intuito de avaliar minuciosamente esta superestimação e sua possível interferência no diagnóstico de gestantes com HA.