Introdução: A cada ano, cerca de 2 milhões de gestantes no mundo são acometidas pela sífilis. Estudos revelam que a maioria dessas mulheres não realizam o teste para o descobrimento da doença, e quando o realizam, não são tratadas adequadamente ou não recebem o tratamento. Esse fato aumenta o risco de transmissão vertical, levando à sífilis congênita, o que pode resultar em morte fetal, morte neonatal, prematuridade ou baixo peso ao nascer. No Brasil, estima-se uma prevalência de 1,02% de sífilis na gestação, observando-se no estado do Ceará um aumento gradativo de notificações da doença. Objetivo: Analisar os casos de sífilis em gestantes no estado do Ceará durante a última década. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, documental, transversal com abordagem quantitativa, onde foram utilizadas informações referentes aos anos de 2007 à 2017, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessado por meio do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único da Saúde). Na pesquisa foram incluídas todas as mulheres diagnosticadas com sífilis gestacional no estado do Ceará no período em análisedo, investigando as variáveis: faixa etária, escolaridade e raça. Os dados adquiridos foram apresentados por meio de frequência relativa e expostos no formato de tabelas. Os preceitos éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde foram seguidos, porém o presente estudo não foi enviado ao Comitê de Ética por ter sido elaborado a partir de informações de domínio público. Resultados: Com o presente estudo revelou-se que de 2007 a 2017 foram registrados um total de 7.354 casos de sífilis em gestantes no estado do Ceará. Com relação a variável faixa etária, observou-se que o maior número de casos corresponde à de 20 à 39 anos, 5.244 (71,3%). Além disso, chama atenção o número correspondente à gestantes adolescentes com idade de 15 a 19 anos, 1.817 (24,7%) dos casos. No que diz respeito o fator escolaridade, 1.691 (22,9%) dos registros refere-se à mulheres com 5ª à 8ª série incompleta do ensino fundamenta. Sobre a raça, 5.392 (73,7%) dos diagnósticos de sífilis correspondem à gestantes de cor parda. Conclusões: Nesse contexto, nota-se a necessidade de estudos epidemiológicos que busquem identificar os fatores que influenciam no diagnóstico precoce da sífilis durante a gestação, para que os agravos da doença para a saúde da mulher e do bebê sejam evitados.