A mortalidade materna é considerada uma grave violação dos direitos humanos das mulheres, sendo evitável em mais de 90% dos casos. Os países em desenvolvimento são responsáveis por 99% dessas mortes, o que demonstra a disparidade geográfica no risco de morte em mulheres grávidas, refletindo a falta de acesso aos serviços de saúde e as condições socioeconômicas desfavoráveis. Esse estudo buscou identificar o número de mortes maternas de mães adolescentes e o perfil demográfico dessas adolescentes, no período de 2006 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, com base em dados secundários coletados no Sistema de Informação Mortalidade, disponível na base de dados do Ministério de Saúde - DATASUS. Durante o período do estudo foram registrados 316 casos de óbitos maternos, sendo que 15,8% (n=50) foram entre adolescentes. Do universo investigado, houve predomínio de óbitos na faixa etária de 15 a 19 anos e solteiras 84,2%, em adolescentes de cor/raça parda 48,9%, com 4 a 7 anos 41,5 % de estudo. Dentre os motivos que causaram o óbito 8% foram em decorrência de aborto, 24% por Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, 6% por outros transtornos maternos relacionados predominantemente com a gravidez. Na faixa etária de 10 a 14 anos o principal motivo de óbito (66,7%) foi registrado como decorrente de assistência prestada á mãe por motivos ligados ao feto e á cavidade amniótica a e por possíveis problemas relativo ao parto, e na faixa etária de 15 a 19 anos a maior causa de óbitos (28%) foi registrada como sendo por complicações relacionadas a afecções obstétricas não classificadas em outra parte. Entre as adolescentes de 10 a 14 anos ,100% morreram durante o puerpério (até 42 dias) e entre as adolescentes de 15 a 19 anos, 53,3% das mortes ocorreram durante a gravidez, parto ou aborto. Conclusão: O óbito materno das gestantes adolescentes ocorreu em solteiras, com idade reprodutiva de 15 a 19 anos, cor/raça parda, com escolaridade de 4 a 7 anos. Os resultados encontrados demonstram a necessidade de melhoria na qualificação dos profissionais envolvidos na assistência às gestantes, parturientes e puérperas, tendo em vista que a oferta de assistência de boa qualidade durante o pré-natal, o trabalho de parto, nascimento e puerpério contribuirá para dos índices de mortalidade materna.