Introdução: A tuberculose representa um importante problema de saúde pública não só no Brasil, mas no mundo, presente principalmente nos países subdesenvolvidos ocasionando grandes custos econômicos e humanos. Nos dias de hoje, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas estejam infectadas pelo patógeno, e que podem desenvolver a doença a qualquer momento. De acordo com dados notificados pelo Ministério da Saúde, no país, a incidência de casos novos aproxima-se de 80 mil por ano e cerca de 5 mil pessoas morrem por motivo da doença. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é o sistema responsável pela notificação dos casos de tuberculose no país, este nos permite a tabulação de dados epidemiológicos das doenças e agravos de notificação compulsória. Objetivo: Descrever os casos de tuberculose entre a população indígena notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN no estado do Amazonas entre os anos de 2008 a 2017. Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo realizado por meio de levantamento dos casos de tuberculose na população indígena entre 2008 a 2017. Os dados foram obtidos através de consulta ao Sistema de Informação de Agravo e Notificação (SINAN). As informações incluídas neste estudo foram referentes ao sexo, idade, zona de residência, município de notificação, uso de drogas ilícitas, formas clínicas da tuberculose, desfecho dos casos, etc. Resultados: Foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre 2008 e 2017, 1.721 casos de tuberculose entre a população indígena distribuídos nos 62 municípios do estado no Amazonas. Do total, o município de São Gabriel da Cachoeira apresentou o maior índice de casos, alcançando 20,7% (357), seguido de Manaus, capital estado, com 16,8% (290). O gênero mais acometido foi o masculino, sendo responsável por 53,4% dos casos. A faixa etária predominou entre 20 e 39 anos seguida dos indivíduos com idade acima de 60 anos. Quanto ao desfecho dos casos, na série histórica, percebeu-se aumento no índice de cura a partir do ano de 2010, com declínio a partir de 2013 e um grave declínio em 2017 e um aumento da taxa de óbito no mesmo ano. Conclusão: O cenário demonstrado pela série histórica da tuberculose na população indígena no estado do Amazonas demonstra que a doença deve ser considerada uma questão de discussão entre os gestores e profissionais que atuam diretamente na assistência.