Caracterizada por produzir alterações na estrutura dos glóbulos vermelhos do sangue fazendo-os adquirir formato de foice, a anemia falciforme é a doença hereditária mais prevalente no Brasil e no mundo. Tratando-se de um problema de saúde pública, faz-se necessário atuação da Enfermagem como estratégia de diagnóstico precoce e prevenção das possíveis complicações da doença, além de facilitar o processo de enfrentamento da mesma. Este relato tem por objetivo descrever a experiência de uma ação extensionista com discentes de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e usuários de um Centro de Referência da Doença Falciforme no interior da Bahia evidenciando a importância atuação do enfermeiro frente a esta patologia. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, a partir de uma ação educativa de um Projeto de Extensão Núcleo de Estomaterapia (NUET), ministrada por uma professora, doutoura em enfermagem e especialista em anemia falciforme, no mês de setembro de 2017. A ação educativa foi proporcionada para um quantitativo de trinta discentes em busca por aporte teórico e prático que proporcione melhor assistência a população com anemia falciforme, e para isso obteve-se uma capacitação abordando as principais manifestações clínicas da doença, dados epidemiológicos, qualidade de vida, direitos sexuais e reprodutivos da mulher com doença falciforme, distinção da anemia falciforme para ferropriva, assistência à família de um indivíduo com anemia falciforme e manejo de úlceras crônicas nesses indivíduos. No segundo momento realizou-se uma visita prática ao centro de referência de pessoas com anemia falciforme, no qual foi possível acompanhar diferentes vivências de casos da doença, aprender acerca da consulta e acolhimento de um usuário que vai ao serviço, a importância de reconhecer o contexto socioeconômico que cada um possui afim de propiciar as orientações de enfermagem de maneira efetiva. Oportunizou-se também a assistência de enfermagem no tratamento de úlceras crônicas, bem como aplicação da bota de unna. Durante as consultas observou-se as dificuldades e limitações enfrentadas por essa população. A atividade extensionista colaborou com os indivíduos com anemia falciforme, pois possibilitou atendimento e orientações acerca da doença, fazendo-se necessário a busca por qualificação profissional afim de proporcionar estratégias de planos de cuidado que possam fornecer apoio às pessoas com anemia falciforme.