Na atual conjuntura brasileira, marcada pela desigualdade social, é comum encontrar pessoas vivendo em situação de rua. As políticas sociais e de saúde, não alcançam esta população, produzindo ausência de seguridade social e de saúde constituindo-se assim sujeitos a margem de uma sociedade. Neste contexto a intervenção de outras entidades que realizam trabalho social como a universidade se faz necessária. Através do movimento levantado por estas preocupações que as universidades possibilitam que o conhecimento científico percorra o âmbito do Campus universitário e adentrem as comunidades em forma de ação, permitindo o seu desenvolvimento e melhorando a qualidade de vida das pessoas atingidas. Dentro desta perspectiva, a extensão universitária é uma ação de sustento do tripé da Universidade Estadual de Santa Cruz, a qual procura aprofundar o nível de relacionamento com as comunidades de sua abrangência. Neste contexto, o Projeto de extensão Rede de Cuidados em Diabetes Mellitus a fim de contribuir com a causa social dedica um dia da semana para apoiar o Projeto “De olho na rua” e faz deste espaço um campo de atuação. Este foi idealizado por lideranças de uma instituição religiosa de Itabuna e conta com o auxílio de outras entidades, com objetivo de prestar assistência e promover cuidados gerais às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para realizar este trabalho, dispomos de uma coordenadora do projeto de extensão e três acadêmicas bolsistas e acadêmicos voluntários, organizados previamente por escala semestral, que realizam atividades de orientação, bandagens e curativos, monitoração dos sinais vitais entre outras demandas surgidas. Dentre o público assistido, emergem algumas queixas como o abandono familiar e da sociedade. Durante a implementação dos serviços, foram observadas algumas dificuldades intragrupo, a saber: abuso de álcool e outras drogas ilícitas, conflitos de convivência e auto percepção de higiene precária. Ademais o desenvolvimento deste trabalho tornou-me sensível à compreensão da importância das ações extensionistas e acerca das fragilidades enfrentadas por esta população. O que ratifica a importância de ações fora do ambiente acadêmico, com a visualização de diversos cenários e condições e eleva-se, sobretudo, a real necessidade de implementação de políticas sociais mais abrangentes com vistas a minimizar o sofrimento e restaurar estas pessoas para reintegração do convívio com a família e sociedade.