Introdução. Os ambientes de assistência à saúde são locais com graduação variável de insalubridade apresentando diversos riscos ocupacionais1. No entanto, o risco biológico apresenta o de maior relevância entre os trabalhadores de saúde.. Objetivo. O presente estudo teve como objetivo analisar a epidemiologia dos acidentes com exposição a Material Biológico (MB) entre trabalhadores que atuam direta e indiretamente na assistência à saúde nos 15 municípios que fazem parte do 12º Centro Regional de Saúde (CRS) da Secretaria de Estado da Saúde do Pará (SESPA). Metodologia. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, com abordagem e análise quantitativa, desenvolvido nos serviços de referência. Foram analisadas fichas de registro dos acidentes de trabalho com MB dos profissionais acidentados entre os períodos de 2007 a julho de 2017. Os dados foram compilados por meio de planilha do programa Excel versão Office 2010 da Microsoft. Resultados. Dos 393 casos notificados de acidentes com exposição a MB, entre diversas categorias profissionais, a categoria de técnicos de enfermagem registrou o maior número de acidentes 251(63,9%). A maior frequência de acidentes ocorreu entre profissionais com idade ≤ 35 anos (59,3%), com predominância do sexo feminino 224 (82,7%). O material perfurocortante de maior prevalência foi a agulha 254(64,6%), sendo a mão 269 (68,4%) a área mais atingida. Os dados indicam que a maioria dos profissionais estaria utilizando algum tipo de EPI no momento do acidente 360(91,6%), sendo a luva 297 (75,6%) o mais citado. Na maioria das exposições percutâneas foram realizadas lavagens com água e sabão 111 (45,5%) e o tempo decorrido entre o acidente e a busca pelo primeiro atendimento 296 (75,3%) dos casos ocorreu em até 72 horas do acidente. Na maioria das ocorrências o paciente-fonte foi identificado 314 (79,9%), desses, 1 (0,3%) era portador de HIV, 2(0,5%) por HBV e 1 (0,3%) por HCV. Houve indicação da Imunoglobulina Anti-Hepatite B (IGHAHB) em 1 (0,2%) caso e prescrição de Antirretroviral (ARV) em 22 (5,6%) casos. Conclusão. Conclui-se que é de suma importância rever a forma de registro e capacitar os profissionais que a executam, a fim de conscientizá-los sobre a importância de informações completas e fidedignas.