Anais - 21º CBCENF
Resumo
Título:
FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO FARMACOLÓGICA DE PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
Relatoria:
JAQUELINE CORREIA PADILHA
Autores:
- CAMILA TAKÁO LOPES
- JULIANA DE LIMA LOPES
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A falta de adesão ao tratamento farmacológico é um fator complicador para episódios de readmissões devido às descompensações decorrentes do tratamento inadequado. Poucos são os estudos que investigaram a adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Para contribuir com a adesão, a equipe multiprofissional deve identificar os fatores que interferem na adesão ao tratamento, para propor intervenções. Objetivo: Avaliar a prevalência da adesão farmacológica em pacientes com DAC e identificar os fatores que interferem nessa adesão. Método: Estudo analítico, transversal e correlacional. Foram avaliados 198 pacientes com DAC em um hospital de São Paulo, Brasil. O desfecho foi a adesão farmacológica obtida pelo Teste de Morisky Green. As variáveis independentes foram as que podem interferir na adesão relacionadas ao paciente, aos fatores socioeconômicos, à doença, ao tratamento, ao sistema e à equipe de saúde. A associação conjunta entre as variáveis independentes e a adesão foi verificada pelo modelo de Cox. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Resultados: Observou-se que 64,6% eram homens, idade média 65,7 anos e escolaridade média de 7,3 anos. 43,0% dos pacientes aderiam ao tratamento. Na análise univariada, os fatores associados à adesão foram fadiga (p=0,01) e outros sintomas, como palpitação (p=0,04), considerar o tratamento complexo (p=0,042), consumir álcool (p=0,042) e ser atendido por convênio médico (p=0,035) e pelo Sistema Único de Saúde (p=0,048). Na análise múltipla, associaram-se significativamente à adesão a fadiga (RP=3,308, IC 95% 1,83-5,99, p=0,001), outros sintomas (RP=3,29, IC 95% 2,18-4,98, p=0,001) e consumo de álcool (RP=0,347, IC 95% 0,13-0,91, p=0,031). Conclusão: Mais da metade dos pacientes não aderiam ao tratamento farmacológico. Os pacientes que apresentavam fadiga e outros sintomas tiveram um aumento em torno de três vezes na prevalência de adesão medicamentosa. Em contrapartida, o consumo de álcool teve prevalência de não adesão 2,88 vezes maior do que os pacientes que não bebem. Assim, os enfermeiros devem enfocar a orientação aos pacientes para que não parem de tomar os medicamentos quando estiverem assintomáticos e na cessação do consumo de álcool.