INTRODUÇÃO: O contexto acadêmico exige do discente uma nova posição social e se constitui como um espaço de adaptação às exigências do curso que podem desencadear algum sofrimento psíquico. Estas vivências de sofrimento na universidade, por estudantes de graduação de enfermagem, desperta a necessidade de refletir sobre recursos e atitudes de enfrentamento. OBJETIVO: Apreender as formas de enfretamento dos jovens diante da experiência de sofrimento psíquico no curso de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa realizada com 10 alunos do último período de enfermagem de uma Universidade pública no interior do estado do Rio Grande do Norte, no período de março a maio de 2015. Para obtenção dos dados, foi adotada a técnica de entrevista semiestruturada e em seguida analisada a partir da análise temática de conteúdo proposta por Bardin. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: Dos entrevistados, 90% eram do sexo feminino, faixa etária entre 21 a 28 anos, onde 50% eram de outras cidades, mas mudaram para cidade do curso devido às peculiaridades das atividades acadêmicas. As formas de enfrentamento foram os apoios: familiar, religioso, profissional e da Universidade. O apoio familiar foi considerado o principal recurso de enfrentamento devido sua forma de acolhimento e proteção. O apoio religioso possibilitou sentimentos e reações de paz, firmeza e autoconfiança para conduzirem situações de estresse e outros sintomas. Quando estes ajudas não foram suficientes como estratégia, eles buscaram o apoio profissional como recurso para resolução de seus problemas. A prescrição de medicamentos e as psicoterapias foram as indicações de tratamento pelos profissionais da rede de atenção psicossocial. Os entrevistados destacaram que existe apoio da Universidade realizada em uma diretoria da instituição, entretanto poucos conhecem os serviços ofertados. CONCLUSÃO: Este estudo evidenciou as diversas formas utilizadas pelos discentes para o enfrentamento do seu sofrimento psíquico, buscando por diferentes pessoas e locais fora e dentro da Universidade que os oferecessem algum tipo de suporte. Isto sugere necessidade de ampliar estratégias de prevenção e manejo clínico no ambiente universitário articulado a rede de atenção psicossocial.