INTRODUÇÃO: De acordo com a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, o processo de territorialização é atribuído a todos os profissionais da atenção básica e tem como objetivos: realizar o diagnóstico de saúde da comunidade; identificar o perfil sociodemográfico da população, além de fortalecer o vínculo entre a unidade de saúde e população. OBJETIVOS: Descrever o processo de territorialização, realizado por uma equipe interdisciplinar de residentes. METODOLOGIA: Relato de experiência de residentes multiprofissionais em Saúde da Família, que realizaram o processo de territorialização em seis microáreas de três diferentes unidades de saúde da família de Botucatu. O processo ocorreu de março a setembro de 2018. RESULTADOS: Em um primeiro momento, a territorialização, abrangendo todas as microáreas de cada uma das três unidades de saúde, realizada pelos residentes do ano anterior, nos foi apresentada, permitindo uma visão macro sobre o território, aspectos demográficos, socioeconômicos e epidemiológicos da população e o trabalho que os equipamentos sociais realizam em cada área. Posteriormente, elaborou-se um instrumento, aplicado em forma de formulário com as famílias visitadas. Com as informações coletadas, criou-se um banco de dados padronizado no Excel 2013, analisado estatisticamente no SPSS 20. Estabeleceu-se o perfil sociodemográfico da população; suas vulnerabilidades e potencialidades; fortaleceu-se o vínculo com as famílias; determinou-se um diagnóstico em saúde da comunidade e, com isso, planejou-se intervenções. Foram fatores facilitadores: a proximidade da Unidade à microárea; a presença de Agente Comunitária de Saúde e o bom relacionamento dos usuários com o serviço. Por outro lado, os horários de visita serem das 08h às 17h dificultou o processo, uma vez que muitas famílias encontram-se trabalhando neste período. CONCLUSÃO: A territorialização, previamente à atuação assistencial na unidade, é de fundamental importância para os residentes visando a criação de vínculo com os usuários bem como o reconhecimento do perfil desta população, fatores determinantes para o cuidado em saúde. Foi um espaço de compartilhar saberes e uma forma potente de se exercitar a prática interdisciplinar, propiciando aos residentes maior autonomia e os preparando para uma prática profissional de qualidade.