Introdução: O planejamento e implementação de intervenções educativas para pacientes e seus cuidadores em relação ao autocuidado devem ser adaptados de acordo com o gradiente no nível de contribuições do cuidador. Estudos evidenciam esse gradiente entre cuidadores de pacientes com insuficiência cardíaca (IC), incluindo contribuições mútuas, porém inadequadas, contribuições para os aspectos de autocuidado mais insuficientes e altas contribuições para todos os aspectos do autocuidado. Logo, é imprescindível que haja um instrumento que mensure de maneira fidedigna as contribuições dos cuidadores para o autocuidado desses pacientes. Objetivos: Descrever um instrumento para avaliação das contribuições dos cuidadores para o autocuidado dos pacientes com IC e a necessidade de sua validação para uso com pacientes com IC no Brasil. Metodologia: Trata-se da descrição do Caregiver Contributions to Heart Failure Self-Care (CACHS) e contextualização da necessidade de sua validação para uso no Brasil. Resultados: O CACHS foi desenvolvido no Canadá por Harkness et al. (2016) para identificar e mensurar as atividades desenvolvidas pelos cuidadores de pacientes com IC, com base nos subdomínios da Teoria de Médio Alcance de Doenças Crônicas (manutenção, monitoramento e gerenciamento) de Riegel, Jaarsma & Strömberg (2008). O instrumento tem 20 itens, cada um precedido por um radical comum: When helping persons with heart failure over the past 3 months... O subdomínio Manutenção inclui itens como I help with activities such as bathing, foot care, toileting, or dressing e I help him/her monitor the amount of fluid he/she drinks each day. O subdomínio Monitoramento inclui itens como I watch for any changes in his/her breathing e I watch for any changes in his/her
swelling. O subdomínio Gerenciamento inclui itens como I talk with him/her to help figure out what he/she is feeling e I help decide if we need to call someone for help or advice. Na avaliação de propriedades psicométricas, o CACHS teve moderada a alta discriminação e apropriada dificuldade dos itens. A consistência interna foi excelente (α de Chronbach de 0,94, com correlação interitem de 0,41), sem efeitos-teto. Conclusão: Uma vez que não há instrumentos disponíveis para avaliação das contribuições dos cuidadores para o autocuidado dos pacientes com IC no Brasil, é relevante que o CACHS seja adaptado transculturalmente para a Língua Portuguesa e validado no País.