Introdução: O trabalho em saúde coletiva, em especial na Estratégia Saúde da Família (ESF), redefiniu a identidade e a valorização do profissional enfermeiro, cuja prática vinha sendo exercida pelo modelo biomédico e tecnicista. Na ESF, são atribuídas ao Enfermeiro diversas tarefas como gerenciamento e planejamento, as quais reafirmam a autonomia desse profissional. No entanto, ao realizar uma visita técnica as unidades da atuação do enfermeiro na ESF, pode-se perceber que, devido a diversas situações cotidianas, a prática real do enfermeiro difere do que é proposto teoricamente. Objetivo: Comparar a teórica aplicada em sala de aula com a prática profissional exercida nas unidades básicas de saúde observadas pelo aluno de graduação. Metodologia: relato de experiência com abordagem descritiva exploratória, referente a visitas técnicas feitas a Unidades Básicas de Saúdes da Família (UBSF), nas aulas práticas de Saúde Coletiva I. Resultados: As três UBSF’s visitadas apresentaram diferenças do que foi estudado na teoria, embora em graus diferentes. A primeira apresentou problemas em relação ao tamanho do modelo de 130 metros quadrados, além da situação precária da estrutura e ausência dos profissionais que estavam de férias. A segunda contava com iniciativa de uma universidade privada e mostrou-se um modelo de UBSF, pois contava com toda a equipe, espaço e atendimentos previstos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A última ser visitada que se encontrava em uma localização complicada, nos surpreendeu, pois apresentou organização impecável, limpeza e boa divisão do lugar, apesar de ter problemas quanto a desvio de função, falta de material odontológico e a falta de segurança. Um problema recorrente em duas UBSF’s foi em relação a segurança no local da unidade. Conclusão: Apesar da grande importância da Atenção Básica como porta de entrada no sistema de saúde, há uma grande disparidade entre o que é aprendido em sala de aula com o que é visto na prática, o que permite um confrontamento ao aluno e o leva a ter uma reflexão crítica sobre a atuação do enfermeiro, a qual é de grande importância para o gerenciamento e consolidação da ESF, além de promover atividades educativas. Para a total eficácia da Atenção Básica, faz-se necessário o maior comprometimento do Enfermeiro, e que esse busque aproximar o cliente da rede de atendimento.