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Anais - 21º CBCENF

Resumo

Título:
AVALIAÇÃO DE DOR EM CRIANÇA INDÍGENAS: CULTURA E ETNICIDADE
Relatoria:
SUZICLÉIA ELIZABETE DE JESUS
Autores:
  • Patricia Fernades Massmann
  • Elias Marcelino Da Rocha
  • Lilian Varanda Pereira
  • Arlinda Karine Machado Santos
  • Gleici Kelen Rosa de Azevedo
  • Andre Cantarelli Vilela
  • Daiana Jesus da Hora
Modalidade:
Pôster
Área:
Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Em neonatologia e pediatria, dor é qualquer manifestação que possa ser entendida como uma queixa ou um pedido de ajuda, manifestos por meio de sons/palavras ou expressão facial/corporal, entendidos como comportamentos de dor. Reconhecer tais manifestações, dentro da cultura de um povo, requer reconhecer que a dor é aprendida por meio de experiência vividas ao longo da vida e que esse aprendizado é próprio de cada povo. O objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão sobre a mensuração e avaliação da dor em crianças indígenas. O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA – afirma que todas as crianças têm o direito de ter sua dor adequadamente tratada. Organizações profissionais que prestam cuidados de saúde a criança, como a Academia Americana de Pediatria – AAP e a Sociedade Canadense de Pediatria – CPS, têm reconhecido que a dor sem tratamento constitui-se em problema de saúde relevante, que o controle efetivo da dor é essencial nos cuidados à saúde e deve incluir a avaliação inicial, intervenção terapêutica e reavaliação. Um grande desafio no controle da dor em crianças indígenas em nosso país é a adequação cultural dos instrumentos de avaliação, frequentemente disponibilizados na língua portuguesa do Brasil. A dimensão cultural influencia a exequibilidade dos instrumentos desenvolvidos em um único contexto cultural, abrindo espaço para o sofrimento infantil, muitas vezes desnecessário. Embora a produção de conhecimento e disponibilização de novas tecnologias de avaliação da dor em crianças tenha evoluído nos últimos anos, na prática clínica, o manejo da dor nesse grupo populacional continua sendo complexo e desafiador, principalmente pela diversidade étnica e cultural. Três medidas foram desenvolvidas para medir a dor em crianças (comportamental, fisiológica e autorrelato) e diversos fatores devem ser considerados e combinados durante a avaliação inicial, como o tipo de dor, a influência dos pais, os fatores biológicos, psicológicos, cognitivos e culturais. A cultura é protagonista no contexto do cuidado à criança indígena com dor, porque a cultura afeta a percepção, a experiência e a expressão da dor. Assim, conclui-se que o manejo da dor em crianças indígenas é uma ação laboriosa, influenciada pela linguagem que a criança utiliza para expressar a sua dor, obstáculo maior para a efetiva comunicação entre profissionais e crianças.