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Anais - 21º CBCENF

Resumo

Título:
ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO TRABALHO DA SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM
Relatoria:
MAURO ANTONIO PIRES DIAS DA SILVA
Autores:
  • Maria Silvia Teixeira Giacomasso Vergilio
  • Eliete Maria Silva
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Resumo. O trabalho da enfermagem tem abrangência de atuação em duas dimensões: assistencial e gerencial. A supervisão é um potente instrumento gerencial para planejar e articular ações nessas dimensões e interferir na qualidade da assistência. Objetivou-se compreender a construção histórica da supervisão de enfermagem para fundamentar mudanças no processo de trabalho. Trata-se de revisão da literatura em revistas, teses e anais pesquisados na Scientific Eletronic Library online e meios físicos a partir de 1960. Verificou-se que, de 1940 aos 60, a supervisão fundamentava-se na literatura americana, cuja função era destacada como decisória no processo administrativo. As pesquisas da década de 1990 discutiam a necessidade de a supervisão ter um padrão sistematizado para atuação. As práticas e modelos construídos para a supervisão nas primeiras décadas, de certa forma, não foram mantidos nas décadas de 1970 e 80. Verificou-se que neste período houve a criação dos Conselhos de Enfermagem (COFEN/COREN, 1973); a regulamentação da lei do exercício profissional e o código de ética com atribuições e responsabilidades dos profissionais da enfermagem; regime doutrinário militar pelo controle e fiscalização; iniciaram-se os cursos de pós-graduação com avanços na pesquisa. Ao enfermeiro, perante o órgão fiscalizador, coube a função de supervisionar, contudo não há recomendações sobre responsabilidades dos cargos gerenciais. Observam-se uma diversidade de atuações, entre enfermeiros e supervisores, definidas de acordo com modelos de gestão, porte, culturas e recursos institucionais. Esses fatos acarretaram um descompasso no desenvolvimento da supervisão, pois apesar de avanços no saber assistencial e modelos de gestão participativos, a prática é acrítica e pouco reflexiva, realizada predominantemente para o controle dos trabalhadores e organização das demandas institucionais. Conclui-se que os avanços científicos não foram suficientes para transformações efetivas no processo de trabalho. Recomendam-se estudos e discussões, articuladas com profissionais assistenciais e gestores, Academia e entidades representativas da categoria, incluindo o sistema COFEN/COREN sobre as práticas e responsabilidades da supervisão alinhadas às necessidades, valores e interesses institucionais, assistenciais e sociais que favoreçam o gerenciamento do cuidado com foco nos pacientes e suas famílias.