Supervisão de enfermagem é um potente instrumento gerencial para planejar e organizar as melhores práticas para a assistência nas instituições de saúde. Para tanto, essa pesquisa teve o objetivo de propor ações para qualificar práticas de supervisão. Trata-se de estudo qualitativo desenvolvido por pesquisa-ação com entrevistas, observação em campo e oficinas com diretores, supervisores e enfermeiros de um hospital público do interior de São Paulo. Como resultados apresentamos quatro ações, desde a graduação do enfermeiro até a educação permanente, para qualificar a atuação da supervisão. 1.Formação acadêmica questionadora sobre modelos tradicionais de gestão refletindo sobre ações participativas, inclusivas, propositivas aos princípios do Sistema Único de Saúde e padrões de qualidade. Ampliar o conhecimento técnico gerencial com competências relacionais utilizando metodologias ativas para treinar liderança, processos de comunicação, tomada de decisão, enfrentamento de conflitos e aprendizado teórico-prático. 2.Estabelecer processos que selecionem profissionais com perfil e disposição para assumir cargos. Seleção por meio de entrevista, provas psicotécnicas, conhecimento gerencial, análise e resolução de situações do cotidiano considerando preparo acadêmico, vivências com tempo de trabalho profissional e cursos gerenciais preparatórios. 3.Curso preparatório para enfermeiros, que desejarem assumir atividades e cargos gerenciais, com capacitação e certificação de competências que abordem, além da dimensão técnica, as dimensões relacionais, éticas e políticas que lhes permitirão bom desempenho na comunicação, negociação e equilíbrio emocional para tomada de decisões. 4.Criar “metassupervisão” ,um espaço coletivo, para realizar a supervisão do trabalho dos supervisores com objetivo de promover a troca de experiências; criar oportunidades para expressão das dificuldades e angústias; discutir possibilidades de atuação; fortalecer o autoconhecimento pelo feedback do desempenho dando possibilidades pela busca de novos conhecimentos e habilidades. Concluímos que essas ações possuem potencial para preparar, desenvolver e acompanhar supervisores com competências que assegurem trabalhos melhor qualificados. Destacamos a necessidade de processos seletivos para adequar o perfil do profissional ao cargo, para além das indicações políticas ou somente pela competência técnica de bons enfermeiros.