INTRODUÇÃO: O adolescer representa um período de transformações físicas, sociais e psíquicas, em que os adolescentes instituem novas relações sociais e familiares. Dessa forma, a inserção precoce destes jovens na vida laboral é um momento preocupante e determinado pelas condições e relações laborais estabelecidas; visto que pode implicar em sequelas permanentes na saúde. OBJETIVO: Analisar a percepção dos funcionários adolescentes quanto à assistência promovida por profissionais de saúde. METODOLOGIA: Tratou-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva e qualitativa, realizada em residências e instituições privadas que empregavam adolescentes na zona urbana de Bom Jesus–Piauí. Participaram 17 adolescentes concentrados na faixa etária de 14 a 19 anos de idade, identificados através da técnica de captação de dados reconhecida no Brasil como “Bola de Neve”. Foram realizadas entrevistas individuais, semiestruturadas e grupos focais, analisados pelo Método Hermenêutica-Dialética de Minayo (2006). O estudo foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí e aprovado sob parecer Nº 935473. RESULTADOS: Os participantes afirmaram nunca ter recebido assistência ou ação educativa que abordasse ou estivesse relacionada à Saúde do Trabalhador Adolescente. Porém, alguns adolescentes referiram receber assistência relacionada à sua saúde, mas não interligada às questões do labor; normalmente, consistiam em ações limitadas ao desenvolvimento de práticas educativas no ambiente escolar, oferecidas principalmente pelo profissional enfermeiro, por meio do Programa de Saúde na Escola (PSE), com abordagem de temas relacionados à sexualidade e vulnerabilidades do adolescer. CONCLUSÃO: Denotou-se que os adolescentes ansiavam por cuidados mais intrínsecos às suas atuais condições de trabalhadores através de uma assistência mais integral e equivalente às suas reais necessidades cotidianas. Para tanto, o trabalho de uma equipe multiprofissional colocou-se como condição substancial ao sucesso na atenção à saúde do adolescente, no qual, o médico, o enfermeiro e até o psicólogo foram referidos como os profissionais capazes de desempenhar os papéis mais relevantes para um adolescer saudável. O desenvolvimento de ações dirigidas à proteção do jovem trabalhador, associadas a outras práticas voltadas às necessidades singulares de determinadas comunidades, asseguram melhores condições de vida e trabalho.