Introdução- O câncer é carregado de estigmas e preconceitos. Conhecer as vivências que esta doença acarreta, possibilita um maior entendimento e conhecimento aos profissionais de saúde para oferecer uma adequada assistência e cuidado à criança e adolescente em tratamento como também a seus familiares, em um contexto geral. Objetivos- Compreender e analisar a perspectiva dos profissionais da saúde quanto às mudanças nas dimensões biopsicossociais no paciente infantojuvenil pós tratamento oncológico. Metodologia- Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo referencial teórico foi o pensamento de Gonzalez Rey. Foram realizadas onze entrevistas com os profissionais de saúde do ambulatório de oncologia da Faculdade de Medicina do ABC de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. Os dados foram trabalhados por meio do método de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados- Foram identificadas as seguintes categorias: A criança e o adolescente pós-tratamento oncológico frente às alterações físicas; A criança e o adolescente pós-tratamento oncológico frente às mudanças psicológicas e comportamentais e O cuidado do profissional à criança e o adolescente no pós-tratamento oncológico. Conclusão- Por meio das categorias destacamos o conhecimento dos profissionais de saúde diante do pós-tratamento oncológico frente às alterações físicas nas crianças e adolescentes, sejam mudanças leves ou severas influenciadas pelo tipo de terapêutica, como o tratamento radioterápico ou os diferentes tipos de quimioterápicos. Além do conhecimento das alterações físicas nas crianças e adolescentes, nota-se a percepção dos profissionais da saúde quanto ao conhecimento de alterações comportamentais e psicológicas. Ao longo do tratamento, o paciente vivencia perdas e diversos sintomas que, além de acarretar prejuízos ao organismo, coloca-os diante da incerteza em relação ao futuro. É interessante pontuar, que o cuidado às crianças, adolescentes e seus familiares nos pós tratamento oncológico envolve a comunicação autêntica, a atenção e a escuta dos profissionais da saúde, dentro de um contexto multidisciplinar. A equipe multidisciplinar, é importante porque representa as conexões e interfaces, entre as intervenções técnicas peculiares de cada área profissional, e também, a humanização no cuidado, envolvendo padrões diferenciados na percepção dos profissionais e, portanto, estabelece uma relação única e intersubjetiva com pacientes e familiares.