No Brasil, estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando a terceira posição. Com esse cenário, foi ofertado, desde 2014, em rede pública através do SUS, a vacina tetravalente contra os subtipos 6,11,16 e 18 para meninas de 9 a 14 anos; e, a partir do ano de 2017 foi ampliado para meninos de 11 a 14 anos. Dado a importância da adesão do esquema vacinal e a magnitude que o vírus HPV pode desencadear em patologias, foi desenvolvido esse estudo, do tipo descritivo-exploratório de natureza quanti qualitativa, que tem como objetivo identificar o auto relato de conhecimento sobre o HPV e a vacina profilática entre os adolescentes. A amostra foi composta por 22 alunos entre 11 a 14 anos, de uma escola estadual de Campinas. Após aprovação do comitê de ética, foi realizado a coleta de dados por meio de entrevista, com uso de um questionário estruturado. Foi utilizado a análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin, com elaboração de 4 categorias: A) Entendimento do HPV; B) Transmissibilidade do patógeno; C) Identificação das infecções e D) Percepções da Vacina. Em relação aos participantes, 14 (63,6%) escolares são do sexo feminino e 8 (36,4%) do sexo masculino. Na distribuição por faixa etária, metade é composta por escolares de 12 anos (50%), sendo 2 (9%) de 11 anos, 7 (32%) de 13 anos e 2 (9%) de 14 anos. Em relação a fonte de informação da vacina, 9 (40,9%) afirmaram serem os familiares, seguido de 6 (27,3%) televisão, 4 (18,18%) rádio e 3 (13,6%) de postos de saúde. Referente a atividade sexual, 16 (27,3% masculino e 72,7% feminino) não tiveram relações sexuais, 6 (9,09% feminino e 18,18% masculino) iniciou atividade sexual aos 13 anos e 1 (4,05% feminino) aos 14 anos. A realização deste estudo permitiu a análise do auto relato do conhecimento sobre o HPV e a vacina profilática entre os estudantes e ocasionou uma reflexão de toda a comunidade escolar sobre a importância da temática. Considera-se, a partir dos resultados encontrados, que os jovens associaram o vírus com o câncer do útero coerentemente, porem houveram lacunas importantes sobre escassez de informações referente a identificação de sinais da infeção e modos de transmissão do HPV e indicações da vacina. O desconhecimento da idade do público alvo e a relevância dos meninos serem incluídos no esquema vacinal pode ter influência no comprometimento a adesão do imuno.