A deficiência de ferro nos primeiros meses de vida da criança constitui problema de saúde pública. Tem consequências imediatas e tardias, como a capacidade de transporte de oxigênio reduzidos; alterações no crescimento; prejuízos às funções enzimáticas e metabólicas; alterações na resposta imunológica, anormalidades no desenvolvimento motor e déficit cognitivo1, além de contribuir para o aumento do índice de mortalidade infantil. O clampeamento tardio do cordão umbilical pode afetar o volume de sangue transferido da placenta ao recém-nascido, e consequentemente, no volume total de ferro3. Tem sido estratégia recomendada, de fácil e baixo custo para melhorar os níveis de ferritina ao nascimento e prevenir a anemia na infância. Com esta revisão bibliográfica da literatura, objetivou-se identificar os benefícios ao recém-nascido, e o momento oportuno do clampeamento do cordão umbilical. Entre os resultados verificou-se aumento das reservas de ferro no momento do nascimento, contribuindo para um menor índice de anemia infantil; diminuição dos riscos de hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante, sepse infantil e necessidade de transfusão sanguínea em bebês prematuros; além de um melhor controle da temperatura corpórea e menos intervenções respiratórias, que indicam menor necessidade de intubação. Não foram evidenciados riscos aumentados de icterícia grave, policitemia e sangramento no período pós-parto. O clampeamento tardio do cordão é indicado inclusive, nas mães portadoras de HIV ou com sorologia desconhecida, pois o risco de transmissão do vírus não é aumentado.