Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil destinam-se a acolher crianças/adolescentes com transtornos mentais e estimulam a sua autonomia, integração social e familiar. Com a escassez de publicações relacionadas ao quesito raça-cor e ao perfil sócio-familiar de crianças/adolescentes atendidas nestes serviços, foi formulada a pergunta de pesquisa:Qual é o perfil sócio-familiar de crianças/adolescentes negras e brancas atendidas em um centro de atenção psicossocial infantil? Objetivo Geral: Analisar o perfil familiar de usuários de um centro de atenção psicossocial infantil. Metodologia: Estudo de abordagem quantitativa, com questionários aplicados aos familiares de usuários de CAPSi e de dados de prontuários ativos. Principais Resultados: 24 acompanhantes de crianças/adolescentes participaram do estudo. 41,66% das crianças eram brancas, 49,99% negras e 8,33% não soube responder. 66,66% das crianças tinha entre 13 e mais de 17 anos. 54,16% dos cuidadores eram negros. A maioria dos cuidadores tinha entre 35 a 44 anos. 88,00% das cuidadoras principais eram as mães. A maioria das ocupações listadas foi do lar.A média de moradores por casa foi de 3,20, sendo que era maior nas casas de crianças/adolescentes negros e das cuidadas pelas mães. 58,33% das residências eram próprias, mas a população negra morava mais em casas alugadas. A maioria dos principais provedores era os pais. A média de renda foi de R$ 2.381.01, por casa. Todas as pessoas do gênero masculino relataram ter atividades de lazer, enquanto 61,09% do gênero feminino relataram. Principais Análises: É comum, os filhos morarem com as mães, quando os pais não moram juntos. Assim, a média de moradores das casas das mães, aumenta, como mostrou o estudo.Apesar das conquistas da figura feminina no mercado de trabalho, a mulher ainda exerce, majoritariamente, tarefas consideradas tradicionais, como ser dona de casa e cuidadora e é em menor escala, a principal provedora de renda do lar. Há evidencias de que os índices de pobreza e moradias precárias (além da ausência de moradia) são maiores para a população negra, do que para a não negra. Considerações Finais: Esta pesquisa concluiu que é necessário que ações defendendo os direitos das pessoas com transtornos mentais sejam implementadas e devem considerar as desigualdades raciais brasileiras que se mostram persistentes e requerem ações e políticas públicas direcionadas para a mudança da situação de adversidade vivida pela população negra.