Introdução: O Vírus Zika é um arbovírus, cujo principal vetor transmissor é o Aedes aegypti, com ampla distribuição geográfica no mundo. No Brasil e no Estado de São Paulo foram confirmados casos da Febre pelo Vírus Zika a partir de 2015 e, desde o primeiro surto epidemiológico dessa doença, o País tem apresentado novos casos. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos confirmados do surto da Febre pelo Vírus Zika no Estado de São Paulo. Método: Estudo descritivo, baseado em dados secundários, derivados das informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Estado de São Paulo com recorte dos casos confirmados que apresentaram início dos sintomas entre 01 de janeiro a 14 de agosto de 2018. Para o cálculo da taxa de incidência, a população foi obtida por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os casos da Febre pelo Vírus Zika foram confirmados por critério laboratorial (reverse transcription polymerase chain reaction (RT-PCR)) e clínico-epidemiológico. Foram selecionadas variáveis a partir da ficha de notificação/conclusão da doença. Para a análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva, aplicando-se os Softwares TabWin 3.6b, Microsoft Excel 2010 e o Programa R 3.5.1/RStudio. Resultados: Foram notificados 822 casos da Febre pelo Vírus Zika. Desses 105 (12,8%) foram confirmados, sendo 96 (91,4%) constatados como autóctones. A confirmação se deu, na maioria, pelo critério laboratorial (89,5%). A idade média em anos foi de 32 com desvio padrão de 16. A maioria dos casos ocorreu nos indivíduos do sexo feminino (55,2%); não gestantes (96,2%) de cor branca (74,3%); com ensino médio completo (34,1%) e com residência em área urbana (71,4%). Os casos foram confirmados em 17 municípios, sendo o maior número em São José do Rio Preto (80) e Campinas (8) e não foram confirmados óbitos. Conclusão: O perfil epidemiológico da Febre pelo Vírus Zika apresenta padrão semelhante a anos anteriores. Os municípios que apresentam maior número de casos da doença (São José do Rio Preto e Campinas) não são os que oferecem o maior risco da enfermidade (Indiapora, Ribeirão Preto – incidência de 25 e 22, respectivamente, por 100 mil habitantes).