Introdução: A prática psiquiátrica na rede de atendimento em saúde mental no Brasil, durante os últimos tempos, tem se preocupado quase que exclusivamente com a remissão dos sintomas psicóticos, deixando muitas vezes, aspectos importantes do tratamento, como a segurança cardiovascular, sintomas negativos e distúrbios metabólicos, serem negligenciados. Essa conduta por sua vez, contribui para o aumento da morbidade clínica e piora da qualidade de vida de usuários. Objetivo: Deste modo, o presente estudo objetiva, identificar os efeitos metabólicos induzidos pelo uso crônico de antipsicóticos em usuários com risco de comorbidades e/ou morte por doença cardiovascular.Método: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal, o qual foi realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), no município de Juazeiro-BA, com 26 usuários do serviço (18 homens e 8 mulheres), tendo como critério de inclusão, apresentar idade a partir de 18 anos. Os dados, por sua vez, foram coletados em três tempos (T0), (T1) e (T2) nos meses de maio, junho e julho de 2016, respectivamente. Além disso, demais dados foram coletadas através do resgate de informações do prontuário clínico de acompanhamento, obedecendo aos termos preconizados pela Resolução 466/12. Resultados: Após coleta de dados, foi possível identificar que o índice de massa corpórea total dos participantes encontrada foi de 27,81 kg, portanto, compatível com a classificação para sobrepeso, sendo 46,2% com sobrepeso e 25,6% com obesidade segundo a classificação da WORLD HEALTH ORGANIZATION. Logo, observou-se que a maioria dos homens e das mulheres se enquadra na faixa para risco cardiovascular aumentado, sendo estes níveis considerados bons preditores de risco para doenças metabólicas, principalmente hipertensão sistêmica arterial. Sendo assim, apesar dos benefícios envolvidos com o advento dos antipsicóticos, seu uso está associado ao aumento da prevalência de distúrbios metabólicos como obesidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e dislipidemias. Esse fato contribui destacadamente com o aumento de morbimortalidade associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e/ou óbitos nessa população. Conclusão: Indubitavelmente o uso concomitante de medicamentos podem induzir efeitos positivos e negativos, corroborando com para efeitos cardiovasculares de gravidade acentuada, além disso, os fatores genéticos tornam mais susceptível a eventos cardiovasculares fatais.