As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são consideradas importante problema de Saúde Pública, enfrentado por gestores e profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo estes responsáveis pelas ações de Promoção da Saúde e Prevenção de doenças no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa situação se agrava no tocante às gestantes se não houver detecção precoce. O Ministério da Saúde propõe, através da Rede Cegonha, a adoção da prática de Testagem Rápida, a fim de melhorar indicadores relativos à Infecção por Sífilis e pelo HIV em gestantes e Recém-nascidos, evidenciando-se a importância da qualificação dos profissionais da ESF para tal prática. Objetivou-se relatar a experiência vivenciada pela assessoria da área técnica em saúde da mulher e gênero na regional V de saúde do município de Fortaleza em treinamento prático em serviço dos profissionais da ESF em testagem rápida. Trata-se, assim, de um relato de experiência do treinamento em serviço de profissionais da ESF em Testagem Rápida Anti-HIV, Sífilis e Hepatites B e C. A ação ocorreu em uma das seis Regionais de Saúde do município de Fortaleza-CE de Setembro de 2015 à Agosto de 2018. A regional dispõe atualmente de 25 Unidades de Atendimento Primário à Saúde (UAPS), com 96 equipes de Saúde da Família, compostas por 97 Enfermeiros, 71 Médicos, 49 Cirurgiões Dentistas e 30 profissionais nas Equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); foram realizadas 22 oficinas, treinando 97 profissionais: 70 Enfermeiros, 10 Cirurgiões Dentistas, 11 profissionais do NASF e 6 Gestores. Apesar do quantitativo de profissionais treinados, observa-se dificuldade em manter rotina de Testagem Rápida na maioria das unidades, o que pode estar relacionado à rotatividade dos profissionais em função dos variados vínculos trabalhistas. Contudo, ocorreu aumento considerável na realização dos testes, além da manutenção do abastecimento regular de insumos; bem como a prática continuada do treinamento em serviço permitiu melhorar as estratégias empregadas no processo de Educação Permanente, identificando fragilidades, tais como: tempo apertado nas agendas do profissional enfermeiro e pouca participação de outras categorias profissionais nos treinamentos. Daí, conclui-se que há necessidade de planejar outros treinamentos e expandir a prática da testagem rápida na ESF para outras categorias profissionais além do enfermeiro, possibilitando ao gestor das UAPS melhorar a oferta nas agendas dos profissionais.