LogoCofen
Anais - 21º CBCENF

Resumo

Título:
AVALIANDO A SÍNDROME DE BURNOUT EM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Relatoria:
LETICIA CLAUDIO
Autores:
  • Manuela Negrelli Brunetti
  • Monique Michels
  • Felipe Dal-Pizzol
  • Adriene de Freitas Moreno Rodrigues
  • Luciano Antonio Rodrigues
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Ética, Legislação e Trabalho
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A Síndrome de Burnout (SB) é prevalente em profissões que envolvem cuidados com saúde e caracteriza-se por alterações psíquicas, hostilidade e dificuldades de desempenho regular de tarefas. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) devido às suas atividades laborais de visitas domiciliares e com o envolvimento com a comunidade estão propícios ao estresse ocupacional. O estudo visou avaliar a Síndrome de Burnout em Agentes Comunitários de Saúde de dois municípios distintos. Tratou-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem qualitativa realizado com ACS dos municípios de Colatina – ES e Paranaíta – MT, no período de agosto de 2017 a julho de 2018. A amostra foi constituída 154 ACS do município de Colatina – ES e 26 do município de Paranaíta – MT, totalizando 180 ACS (65,45% do total de ACS). Foi traçado perfil sócio demográfico, características profissionais, estilo de vida e avaliação da Síndrome de Burnout aplicando a escala Maslach Burnout Inventory - General Survey. Os ACS em sua maioria são mulheres (89,4%), com média de idade 42 anos (DP + 9,9) e com pelo menos um filho (86,7%). A maioria trabalha na zona urbana (72,2%), sendo 30% está na profissão entre 13 a 15 anos, consolidado a longitudinalidade na atenção primária à saúde. Quanto ao estilo de vida observou-se que 57,2% relatam não praticar nenhuma atividade física, 52,2% não fazem uma dieta equilibrada, 50,6% hidratação inadequada e 61,2% possuem menos de 7 horas de sono por noite. Ao avaliar a SB, os ACS de Colatina apresentaram elevados valores na dimensão de exaustão emocional (45,6%) o que corresponde à autoavaliação de sentimento por falta de energia, consequências do esgotamento físico e mental. Nas duas outras dimensões para Burnout, despersonalização e envolvimento com o trabalho, os ACS apresentaram resultados baixos, 64,4% e 46,7%, respectivamente, em ambos municípios. A despersonalização é o distanciamento entre o profissional e seu cliente, gerando uma relação impessoal desumanizada; já envolvimento pessoal com o trabalho corresponde a insatisfação com seu desempenho e incapacidade, refletindo na baixa autoestima e frustrações. Conclui-se os ACS possuem riscos laborais para o estresse ocupacional, os quais são potencializados pelo estilo de vida. Foi possível identificar a Síndrome de Burnout nesta amostra sinalizando a importância do trabalho de formação de ACS no manejo com o estresse do dia a dia, além de nortear ações para o cuidado com a saúde mental desses profissionais.