Introdução: Estoma é a comunicação artificial entre órgãos com o ambiente externo por meio de um procedimento cirúrgico.¹ Os pacientes submetidos ao procedimento perdem o controle da eliminação de fezes e gases e isso no primeiro momento constitui um forte fator de impacto, gerando desconforto emocional. Outros veem como nova oportunidade de qualidade de vida. Objetivo: Compreender a percepção dos pacientes estomizados, assim com a autoaceitação e o autocuidado. Metodologia: Estudo descritivo de abordagem qualitativa, realizado em programa de estomizados, em cidade do Vale do Paraíba, São Paulo. Participaram deste estudo 10 pessoas com idade superior ou igual à 18 anos, mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento para a coleta de dados foi elaborado e validado de antemão, garantindo o sigilo dos participantes, as entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na integra e após; realizou-se uma leitura panorâmica, consideradas pela técnica de análise de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética. Resultados: Dos entrevistados; predominou sexo feminino (60%) com faixa etária sendo entre 61 e 80 anos. Todos os participantes proferiram mudanças de hábitos na alimentação, no modo de se vestir, nas atividades físicas e alterações fisiológicas, mas realizavam o autocuidado. Alguns citaram (50%) a prática de atividades de lazer e outros pronunciaram se ocultar da sociedade. Dos que convivem com parceiros (60%) revelaram mudanças no relacionamento, culpando o estoma, e demonstraram dificuldades com as adaptações ocorridas, mas com o transcorrer do tempo foram se acomodando. Veja algumas das falas transcritas dos entrevistados quando questionados no que mudou após o procedimento cirúrgico; “Não adianta eu mentir que não mudou, mudou sim hoje eu não sou a mesma pessoa, não faço mais o que fazia antes” (PH); outra ressalta a busca de apoio para o enfrentamento da situação foi no núcleo familiar; “Minha família me ajuda bastante, hoje eu posso sair, vou viajar, vou para igreja, participo de jantar dançante, faço ginástica, canto, graças a Deus” (PMJ); Conclusão: O estoma, apesar de ser uma intervenção efetiva em patologias, produz grande impacto no autocuidado, autoestima, alterações das relações familiares e de trabalho. O enfermeiro, e a equipe multidisciplinar possui importante papel de estabelecer vínculos, esclarecer os objetivos e acompanhar todo o processo de autocuidado, valorizando suas qualidades e perspectivas de vida.