A violência contra a mulher é considerada toda a ação ou omissão que provoque dano físico, sexual, psicológico ou patrimonial. Ela é decorrente da desigualdade de gênero que ainda está presente tanto na sociedade quanto na família, sendo considerada como um problema de saúde pública, com custo elevado ao sistema público de saúde. A violência contra a mulher é responsável por um considerável número de óbitos e sequelas e traz graves prejuízos ao indivíduo, às famílias e à sociedade. Na atenção primária à saúde é considerada uma das localidades privilegiadas para o reconhecimento do agravo e cuidado à mulher, sobretudo por conta do vínculo estabelecido com os usuários. Portanto, é de extrema importância que os profissionais saibam identificar o fenômeno, que nem sempre deixa marcas visíveis e que possam estar preparados para acolher e apoiar a mulher vítima de violência. O presente trabalho tem como objetivo analisar a atuação do enfermeiro, na atenção primária, para prevenção da violência contra a mulher. Trata-se de uma revisão bibliográfica, estudo descritivo exploratório, de abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada por meio de buscas no Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Biblioteca Virtual em Saúde – BIREME); SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e PUBMED (Serviço da Biblioteca Nacional de Medicina). Foram priorizados artigos na língua portuguesa publicados no período de 2005 a 2017. Conclui-se que é de extrema importância a capacitação dos profissionais sobre a violência doméstica, para que eles saibam como identificar e atuar de forma efetiva no combate a este fenômeno. Foi elaborado um fluxograma da atuação do enfermeiro frente à mulher vítima de violência, sendo consideradas medidas que contribuem para o enfrentamento do agravo: a identificação da violência doméstica no âmbito da saúde, a notificação do fenômeno, a percepção acerca de sua complexidade e a articulação intersetorial. Portanto, o acolhimento, o diálogo, os encaminhamentos aos órgãos competentes, a construção de vínculo com a vítima de violência e as visitas domiciliares integram as ações de cuidado de enfermagem que devem ser prestadas às essas mulheres.