Introdução: A Atenção Básica é a porta principal de entrada para o Sistema Único de Saúde desenvolvida por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Com ela, expandiu e consolidou-se uma nova categoria de trabalhador, o Agente Comunitário de Saúde (ACS), o principal responsável por criar o elo entre a equipe e a comunidade. Além disso, pode desenvolver um trabalho que vise à melhoria da qualidade de vida das famílias, através de ações voltadas para a prevenção de doenças e a promoção de saúde. Assim, o ACS pode atuar no controle e na prevenção de doenças infectocontagiosas, como o zika vírus disseminado pelo mosquito Aedes aegypti. A regra de ouro para combater a infecção pelo zika vírus se baseia em traçar estratégias de prevenção que visem à eliminação do vetor. O zika vírus apresenta tropismo pelas células do sistema nervoso central. Diante deste fato, tem-se associado a incidência de microcefalia com a infecção do zika vírus durante a gestação. O desenvolvimento adequado do trabalho do ACS, na prevenção da infecção pelo zika vírus, tem grande importância epidemiológica e clínica na gestação. É de suma importância que os profissionais de saúde atuem na dimensão da multidisciplinaridade onde se propicia uma assistência holística à gestante. No contexto do atendimento multidisciplinar, o ACS é visto como sujeito dinâmico e funcional, que incrementa e viabiliza o processo de pré-natal por meio do estabelecimento do vínculo entre o serviço de saúde e a gestante. Objetivo: avaliar as competências dos ACS no desenvolvimento das atribuições esperadas e definidas pelo Ministério da Saúde nas ações de pré-natal de risco habitual, desenvolvidas no âmbito da ESF, em relação à prevenção da infecção pelo zika vírus na gestação. Método: estudo quantitativo, descritivo, transversal, com coleta de dados em 14 equipes da Estratégia de Saúde da Família, mediante um questionário com três partes: A (enfrentamento ao Aedes aegypti); B (pré-natal de baixo risco) e C (medidas de prevenção pessoal contra o Zika vírus), analisadas por agrupamentos e pelo Teste Exato de Fisher. Resultados: melhor desempenho foi observado em B, seguido de A. As maiores dificuldades estavam relacionadas com a atividade C. Conclusão: há um panorama favorável de atuação desses profissionais, embora com dificuldades quanto à alimentação dos sistemas de informação, à baixa participação comunitária e à pouca integração com o trabalho das equipes de ACE e ACS.