Deficientes representam cerca de 23,9% da população brasileira. A OMS estima que somente 3% do total de deficientes do mundo receba a assistência de saúde que precisa. A pesquisa teve como objeto de estudo a trajetória de cuidado e o acesso à assistência de saúde de crianças/adolescentes com deficiência do município de Cabo Frio/RJ. E seu objetivo foi identificar peculiaridades no que diz respeito a promoção da saúde e prevenção de agravos a esse grupo, descrevendo suas necessidades e os programas a que têm acesso. Se trata de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa. Os sujeitos são cuidadores/responsáveis de crianças/adolescentes com deficiência. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada, com uso de um formulário e gravação MP4 no momento da entrevista. O cenário de pesquisa foram as UBS do município de Cabo Frio e a residência dos cuidadores. A análise foi feita pelo método de Bardin e o resultado foi categorizado em: trajetória de cuidados clínicos, vivência psicossocial e inserção e cuidar do deficiente na atenção básica. Constata-se que a terapêutica dos deficientes é complexa e exige uma equipe multidisciplinar, porém a assistência de enfermagem demostra-se invisível para os cuidadores. Há necessidade de ampliar a rede apoio ao binômio família-pessoas com deficiência, principalmente dos que carecem do SUS. A UBS não comporta os serviços que essa população precisa e apresenta barreiras programáticas, pedagógicas e atitudinais. Espera-se que com elucidação das peculiaridades vivenciadas na trajetória de cuidados, a tomada de ação seja facilitada, a fim de propiciar inclusão social e principalmente no serviço de saúde de crianças e adolescentes com deficiência.