Introdução: O papel do enfermeiro na prescrição de medicamentos foi intensificado em todo o mundo. Para o International Council of Nurses (ICN), essas ações são elementos inovadores que contribuem para a prática avançada de enfermagem. No Brasil, essa atribuição está amparada pela Lei n° 7.498/1986 e pelo Decreto nº 94.406/1987que regulamentaram a profissão, sendo estabelecida como atividade do enfermeiro integrante da equipe de saúde em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde. A prática profissional na Estratégia Saúde da Família é prioritariamente orientada pelos protocolos previstos nos Cadernos de Atenção Básica, onde estão previstas as rotinas de diagnóstico e terapêuticas a serem seguidas por todos os profissionais da equipe. Objetivo: Este estudo tem o objetivo de caracterizar a prescrição de medicamentos por enfermeiros quanto aos itens prescritos e registrados nos prontuários. Metodologia: Foi realizado um Estudo de Caso de abordagem qualitativa com a utilização da análise documental, que compreendeu a análise a partir das informações contidas nos documentos, no seu aspecto comunicativo. O estudo foi realizado no Estado da Paraíba, em 12 municípios sede de Gerências Regionais de saúde, totalizando 12 unidades de Saúde da Família participantes para a busca de registros nos prontuários dos usuários das unidades de saúde atendidos por enfermeiros, cuja consulta envolveu a prescrição de medicamentos das unidades de saúde selecionadas para o estudo. Resultados: A prescrição de medicamentos em Saúde da Mulher ocorreu em maior frequência entre as linhas de cuidado, destacando o Ácido fólico e Sulfato Ferroso e vacinas no pré-natal; Metronidazol, Nistatina, Fluconazol na abordagem sindrômica; e anticoncepcionais no planejamento familiar. As vacinas de Influenza, HPV, DT e Meningocócica C destacaram-se entre as prescrições na saúde da criança, seguidas das prescrições de Anti-helmínticos, Sulfato Ferroso e Nistatina. Observou-se ainda transcrição de anti-hipertensivos e hipoglicemiantes na Saúde do Adulto, além de prescrição de vacinas também para esse grupo. Conclusão: foi possível observar que a prescrição de medicamentos está incorporada no processo de trabalho do enfermeiro na Atenção Básica de forma incipiente não alcançando todas as linhas de cuidado e o escopo de medicamentos previsto nos protocolos do Ministério da Saúde.