Introdução: A música pode possibilitar vivências e lembranças antepassadas, estimulando a memória afetiva, emocional, e um ambiente confortável e relaxante para o entretenimento criativo e minimizador de possíveis incômodos. Desse modo, a inserção da musicoterapia com usuários do CAPS é uma estratégia didático-pedagógica que possibilita humanizar e dinamizar o cuidado em saúde. Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por estudantes de Enfermagem com uma oficina de karaokê aplicada a usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Ilhéus-Bahia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizada no CAPS II, do município de Ilhéus, sobre a execução de uma oficina de karaokê desenvolvido durante a Prática Supervisionada de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental. A oficina ocorreu no mês de junho de 2016 no turno matutino do serviço, com duração de 3 h. Participaram da oficina 15 usuários, 10 do sexo masculino e cinco do sexo feminino, em idade entre 20 a 60 anos. Inicialmente houve um acolhimento e convite para participarem da oficina, após isso os usuários escolheram a música e cantaram com entusiasmo, interagindo entre si, com os profissionais e estagiários. Após todos cantarem, realizou-se uma roda de conversa acerca das percepções e impressões produzidas durante a oficina. Resultados: Percebeu-se que a estratégia foi bem aceita pelos usuários, pois apresentaram expressões de alegria e tristeza a depender da escolha, ritmo e harmonia da melodia. Nesse sentido os usuários manifestaram sentimentos, emoções, afloraram suas habilidades cognitivas e artísticas, bem como a integração interpessoal com os envolvidos. Além disso, evidenciou-se a timidez e introspecção de alguns participantes fazendo com que descontinuassem a ação. Para os estudantes, a oficina despertou o potencial da música como recurso terapêutico em saúde mental, ao criar ambiente terapêutico e acolhedor, bem como conhecer parte das singularidades de cada usuário. Ademais, a integração dos usuários, estudantes e profissionais mostrou-se relevante na desconstrução de preconceitos e paradigmas criados socioculturalmente sobre esses sujeitos. Conclusão: Torna-se necessário implementar a musicoterapia nos CAPS, pois este recurso terapêutico colabora para o processo de reabilitação psicossocial, bem estar, humanização, integração com a equipe de saúde e, consequentemente, melhoria na qualidade de vida desse público.