INTRODUÇÃO: O parto é um dos eventos do processo gestacional mais aguardado pela gestante e família, sendo rodeado de inúmeros sentimentos, dúvidas e temor. Nesse sentido, a assistência pré-natal (PN) desenvolve importante papel na orientação e empoderamento da mulher e família para o processo do trabalho de parto e parto. OBJETIVO: Descrever como ocorrem as atividades de educação em saúde voltadas ao preparo para o parto durante a assistência PN realizada no âmbito da estratégia saúde da família (ESF). METODOLOGIA: Estudo qualitativo e descritivo, aprovado sob parecer 1.806.372. Foram realizadas 13 entrevistas semiestruturadas com puérperas, que realizaram PN em uma unidade da ESF em Porto Velho-RO. RESULTADOS: Verificou-se que a educação em saúde ocorre majoritariamente no âmbito individual, isto é, nas consultas de PN, pois apenas 3 puérperas mencionaram a existência de grupo para gestantes, tendo sido pouco incentivadas a participarem. Sobre os assuntos abordados, tanto nas consultas como nos grupos, evidenciou-se temas repetitivos relacionados basicamente em amamentação, cuidados gerais durante a gestação e cuidados com o bebê, sendo pouco abordado a temática de preparo para o parto. Quando a temática de trabalho de parto (TP) e parto é abordada na assistência PN, resume-se a orientações sobre sinais e sintomas do início do TP e vias de parto, não sendo informadas sobre outros aspectos importantes acerca do parto, como o uso das tecnologias não farmacológicas para alívio da dor, direito de acompanhante entre outros. Quando as puérperas já são multíparas muda-se a forma de lhes ofertar as orientações por parte dos profissionais de saúde, associando a experiência anterior a não necessidade de orientações. CONCLUSÕES: A maior parte das puérperas do estudo não tiveram oportunidade de atividades coletivas durante a assistência PN e essa falta pode contribuir para que o parto seja um assunto pouco abordado com as mulheres durante a gestação. Mesmo participando de várias consultas e recebendo diversas orientações, o TP e parto tem sido pouco valorizado nas práticas profissionais durante o PN, seja no momento individual da consulta ou nas atividades de grupo. Consequentemente, passam por esse evento despreparadas e inseguras, dificultando que possam ter uma experiência de parto satisfatória.