Introdução: A aplicabilidade do Processo de Enfermagem (PE) está diretamente relacionada ao processo de cuidar da enfermagem, incidindo em questão crucial da profissão de forma a planejar, executar e avaliar o cuidado, atribuindo cientificidade as ações do/a enfermeiro/a, com o emprego do método cientifico, ancorado em teorias de enfermagem, as quais descrevem, explicam e facilitam o desenvolvimento da sistematização da assistência, voltada para atender necessidades de pessoas e não com foco na doença, reafirmando o modelo medicocentrado, ainda hegemônico nas práticas de saúde. Objetivo: Investigar a aplicabilidade do PE fundamentado na teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, na Clínica Cirúrgica de um Hospital Universitário do Sertão de Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por discentes do segundo período de enfermagem, durante as aulas práticas do Módulo Práticas do Cuidar, realizado no mês de abril de 2018. A partir dessas vivências foi realizada análise crítico-reflexiva buscando identificar aspectos de funcionamento do serviço que fragilizam e potencializam a implementação do PE e a viabilidade de empregar a Teoria de Horta como sustentação teórica, por se adequar a realidade do local. Resultados: Constatou-se como fatores que fragilizam a implementação do PE: falta de tempo do enfermeiro/a, sobrecarga de trabalho e número insuficiente de profissionais da área. Ainda foi observado falta de qualificação e desconhecimento das teorias de enfermagem por parte dos/as profissionais, para direcionar a prática por meio de valores e referenciais propostos em situações reais; e como fator que potencializa a sua aplicabilidade do ponto de vista operacional, aponta-se o fato do hospital cenário deste estudo estar vinculado a uma Universidade Federal, cujos discentes vivenciam o PE, podendo ampliar e compartilhar as discussões com os/as profissionais do serviço em questão. Conclusão: No âmbito hospitalar, o cuidado de enfermagem envolve situações de diferentes complexidades, o que expressa a necessidade de uma assistência sistematizada com base em teorias de enfermagem. Na realidade do cenário onde vivenciou-se as práticas, a tomada de decisões do/a enfermeiro/a não se baseia no processo de enfermagem, gerando interpretações imprecisas das respostas humanas.