O dimensionamento de enfermagem é uma ferramenta que estabelece o quantitativo adequado conforme as características da unidade (COFEN, 2004). Para obter esse quantitativo foram estabelecidos cálculos, conforme o tempo de assistência empenhado, por meio do sistema de classificação de pacientes (VANDRESEN ET AL, 2018). O objetivo desse trabalho é descrever desafios do dimensionamento de enfermagem em situação de fortuito. Se trata é um relato de experiência sobre o dimensionamento de enfermagem em sítios funcionais, num pronto socorro portas abertas. Sítios separados por estrutura física: sala de emergência (pacientes intensivos, instáveis ou com risco de instabilidade), retaguarda (pacientes intensivos ou semi-intensivos estáveis), observação (pacientes cuidados intermediários e mínimos) e corredor (espaço de vazão de fluxo, que dá suporte devido falta de leitos). Taxa de ocupação excedida cem por cento ou mais sobre a capacidade pré-estabelecida. Principais problemas levantados da equipe técnica: descontentamento e desestimulo nas atividades, aumento do turn over e do absenteísmo. Desafios enfermeiro: gestão do dimensionamento, auxilio incessante na assistência, gerenciamento de indicadores e plano de contingência em construção. A superlotação faz parte da realidade das instituições públicas, não há como driblá-la pois o sistema está fadigado e a população doente. Os instrumentos para dimensionamento exigem tempo, que gera retardo na distribuição da equipe, atraso na passagem de plantão e rotatividade de sítios após posto inicial pré-estabelecido. Mesmo com uma proposta estabelecida há um viés quanto ao sítio funcional e o número inexato de pacientes, quando se trata de hospitais de grande porte, públicos e portas-abertas. A gestão de conflitos se torna frequente e a criatividade para criar incentivos diminui devido a persistência dos fatores causais. Dimensionar por sítio funcional é uma boa estratégia, porém ela não garante a cobertura total da assistência quando o número exato de pacientes oscila muito, por isso é necessário o plano de contingência que conta com ampliação da quantidade de recursos humanos, aumento do investimento, o que nem sempre está acessível em âmbito institucional. Contudo, faz-se necessário um olhar dos órgãos competentes quanto a criação de planos específicos e seguros para essa realidade, validados quanto exigência, para que o enfermeiro fique seguro na cobertura da assistência e os órgãos públicos se adequem financeiramente.