INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher pode ser definida como “qualquer ato ou conduta que cause morte, sofrimento físico ou emocional, sexual ou psicológico”. É um problema de saúde pública, pois afeta a saúde individual e coletiva, exigindo estratégia para prevenção e enfrentamento das políticas públicas de saúde, por constituir um evento complexo. Além das sequelas físicas e emocionais, quando não acarreta em morte, compromete a saúde individual e familiar de forma permanente. A violência doméstica ocorre na maioria das vezes entre o cônjuge, tendo como principal cenário o ambiente familiar, mas pode ser cometida tanto dentro quanto fora de casa por outro membro ou que exerça a função parenteral. A Atenção Primária a Saúde tem papel fundamental no atendimento às mulheres em situação de violência, assegurando-as cada etapa do atendimento e desenvolvendo medidas de prevenção, acompanhamento, reabilitação, tratamento e redução de danos. OBJETIVO: Apresentar os resultados do levantamento dos casos notificados do município de Itabuna, no período de 2014 a 2017. MÉTODOS: Os dados utilizados na elaboração da pesquisa foram obtidos no banco de dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica do município de Itabuna, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponível no site do DATASUS. RESULTADOS: Após o levantamento dos dados constatou-se que foram notificados ao longo desses 4 anos 900 casos de violência domestica, a agressão física aparece em 68% dos casos notificados, seguido de 20% de outro tipo de violência e 4% de violência sexual. Os dados mostram que, ao contrário da ideia de que o lar é um local seguro para as mulheres foi justamente dentro de casa que aconteceu 66% da violência. 35% das violências aconteceram com mulheres na faixa etária de 20 a 34 anos. Apenas 8% dos casos tiveram como agressor o cônjuge ou ex-cônjuge. 56% das fichas notificadas apresentavam ensino fundamental de 5ª a 8ª série incompleta. Os bairros com maior número de notificações de violência contra a mulher foram: Califórnia com 29%, Fátima 18%, Mangabinha 15%, Santo Antônio 22% e São Caetano 16%. CONCLUSÃO: A Atenção Básica é a porta de entrada da população nos serviços de saúde pública e por fazer parte do cotidiano das pessoas, tem papel importante na identificação de situações de violência, notificação dos casos, além de ofertar o cuidado e acompanhamento as vítimas, deve levar acesso a informações sobre os serviços da rede que possam apoiá-las.