A febre é uma das queixas mais frequentes em consultas pediátricas, não somente a nível ambulatorial, como também em emergências, podendo chegar até a 25% de todas as queixas. Essa alta prevalência como motivo de consulta pode decorrer do grande temor dos pais ou responsáveis acerca da febre, que acabam procurando auxílio médico mesmo em condições benignas e que poderiam ter um tratamento inicial domiciliar. Assim, torna-se necessário um serviço de triagem para minimizar e agilizar o atendimento médico emergente em nível de hospital e de pronto socorro. A febre é considerada um resposta fisiológica a estímulos bioquímicos que otimizam o organismo na defesa contra agentes infecciosos. Porém, o aumento da temperatura em crianças geralmente gera grande ansiedade nos pais e mesmo em pediatras já que não há evidências conclusivas sobre o papel da temperatura no surgimento de convulsões febris, entidade benigna per se, mas que pode acarretar em outros tipos de morbidade. Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo verificar o conhecimento, crenças, fontes de informação, práticas e atitudes dos pais e cuidadores no manejo da febre infantil. É inegável o importante papel do enfermeiro na monitoração da temperatura corporal de pacientes que apresentem elevação na mesma. Contudo, percebe-se que não existe padronização de cuidados prestados e que, muitas vezes, os mesmos não se baseiam em conhecimento científico atualizado. Percebe-se, assim, que apesar do paciente com diagnóstico de enfermagem de hipertermia fazer parte da rotina diária da assistência de enfermagem, existem poucos estudos sobre o assunto e os existentes estão desatualizados. Na assistência ao paciente com temperatura corporal elevada, é imprescindível a monitorização dos dados vitais (temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio). Esta é citada em vários trabalhos como cuidado a ser prestado para todos os pacientes que apresentarem o diagnóstico de enfermagem de hipertermia, independentemente da faixa etária. Cuidar de uma criança febril é desafiador para os pais. Observa-se que permanecem os sentimentos de ansiedade, medo, preocupação e insegurança dos pais frente à criança com febre. Esses sentimentos associados às crenças, experiências passadas, hábitos culturais, conhecimento e fontes de informação que recorrem para sanar dúvidas acerca da febre influenciam diretamente as suas práticas, condutas e manejo da febre infantil.