LogoCofen
Anais - 21º CBCENF

Resumo

Título:
VISÃO E SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, FRENTE AO ÓBITO FETAL EM MATERNIDADE
Relatoria:
DENISE RONDINELLI COSSI SALVADOR
Autores:
  • ESMERALDA ALESSANDRA MADALENA
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Monografia
Resumo:
Introdução: A gravidez é um fenômeno natural na vida da mulher e se constitui não apenas de mudanças físicas, mas de transformações caracterizadas por intensos sentimentos, emoções e realização do feminino. Porém, quando esse fenômeno é interrompido pela inesperada perda fetal, a mulher entra em um estágio de luto simbólico e frustrações, com muitos significados, onde se torna essencial o apoio da equipe de enfermagem, que muitas vezes não está preparada para tal atendimento. Tratou-se de uma pesquisa de campo, desenvolvido em uma Maternidade do interior paulista, para caracterizar a visão e os sentimentos experimentados pelos profissionais de enfermagem frente ao óbito fetal. Resultados: Considerou-se para o estudo, o conjunto de profissionais de enfermagem de uma Maternidade do interior paulista, com quinze (15) profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliar de enfermagem, dos quais 87% deles (treze) participaram. Em relação à caracterização dos entrevistados, 100% eram do gênero feminino, 62% na faixa etária entre 30 e 39 anos, com o mesmo percentual referindo 10 anos ou mais de atuação na área. Quanto à visão e sentimentos dos participantes frente ao óbito fetal, 100% deles já vivenciaram a situação desse tipo de atendimento, com 85% afirmando não terem recebido treinamento/orientação no contexto do trabalho para tal atuação. Sobre como enfrentavam a dificuldade em lidar com o atendimento da gestante e/ou puérpera, e seus familiares diante da perda fetal, 77% respondeu que “tentavam se manter a parte da situação de perda”, enquanto 23% relataram que “procuravam não conversar no momento do atendimento e só realizavam os cuidados necessários”. Conclusão: os participantes da pesquisa apresentavam experiência considerável na atuação frente ao óbito fetal, porém com necessidade de identificação dos verdadeiros sentimentos que os envolvem, visto os mecanismos de adaptação desenvolvidos frente à situação, que se apoiam na atenção técnica e mecanicista, de forma a dissimular o enfrentamento dos sentimentos envolvidos. Compreende-se aqui, a relevância da capacitação e treinamento dos profissionais para o cuidar holístico e humanizado, assim como para o enfrentamento e reconhecimento dos sentimentos experimentados frente à morte, apoiados no saber técnico-científico para embasar a sistematização da assistência de enfermagem, que também deve estar lastreada no desenvolvimento das capacidades de comunicação e de relacionamento interpessoal.